BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou nesta sexta-feira (7) a publicidade da íntegra - tanto em texto quanto em vídeo - de dois anexos das declarações no acordo de delação premiada de Ronnie Lessa. O ex-policial militar é acusado de executar a tiros a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018, no Rio.
Na mesma decisão, Moraes atendeu a um pedido da defesa para que Lessa seja transferido da Penitenciária Federal de Campo Grande (MS), onde está preso atualmente, para o Complexo Penitenciário de Tremembé (SP). A concessão faz parte do acordo firmado com o preso para que ele delatasse outros envolvidos no caso e desse detalhes do crime em favor do avanço das investigações.
Segundo o despacho de Moraes, “os benefícios previstos na colaboração premiada dependem, obviamente, da eficácia das informações prestadas, uma vez que trata-se de meio de obtenção de prova, a serem analisadas durante a instrução processual penal.”
O ministro determinou que sejam “observadas as regras de segurança do estabelecimento prisional, mediante monitoramento das comunicações verbais ou escritas do preso com qualquer pessoa estranha à unidade penitenciária, inclusive com monitoramento de visitas, enquanto não encerrada a instrução processual.”
Onde está Ronnie Lessa
Lessa está preso desde 12 de março de 2019 como autor dos disparos que mataram Marielle e Anderson em uma cela única com privada, cama, mesa, banco e um chuveiro. No presídio de segurança máxima conta com escolta sob mira de fuzil 24h por dia e um sistema de vigilância rigoroso.
A Penitenciária de Tremembé para onde o atirador será levado é conhecida por abrigar presos de casos de grande repercussão nacional. É por lá, nas instalações a cerca de 150 km da capital, que estão presos “famosos” como Cristian Cravinhos, preso no semi-aberto pelo assassinato do casal Richthofen; Lindemberg Alves, assassino de Eloá Pimentel; Gil Rugai, condenado pela morte do pai e da madrasta; além do ex-jogador Robinho.
Alexandre Nardoni, condenado pela morte da filha Isabella; Mizael Bispo, que cumpriu pena por matar Mércia Nakashima, e até Edinho, filho de Pelé, também ficaram detidos na penitenciária.