BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, declarou neste sábado (17) que a “extraordinária capacidade de comunicação” do apresentador Silvio Santos é um dos legados que deveria ser resgatado pelo brasileiro em tempos de trocas de ofensas e incivilidade nas relações. O empresário e fundador do SBT morreu nesta madrugada aos 93 anos em São Paulo.

“Um país que perdeu um pouco a civilidade, eu acho que ele era um bom símbolo, talvez até do que a gente deva resgatar”, destacou o ministro em entrevista ao SBT, na chegada de uma viagem ao Rio Grande do Sul na Base Aérea de Brasília. 

Alvo de insultos pessoais e institucionais junto aos seus pares na magistratura, o presidente do Supremo ressaltou o que acredita ser admirável entre as qualidades do apresentador ao longo de mais de 60 anos na televisão: tratar bem mesmo quem discordava dele.

“A democracia é um tipo de regime político e de sociedade aberta que tem lugar para as pessoas que têm as mais diferentes visões e a capacidade de tratar quem pensa diferentemente, de maneira educada, de maneira civilizada, com respeito e consideração, é um diferencial relevante e acho que ele tinha”, afirmou.

Atraente a todas as classes socias 

O ministro também classificou como “singular” a trajetória de Silvio Santos, que chegou a trabalhar como camelô antes de ser apresentador e depois criar uma das maiores empresas de comunicação do Brasil. Para ele, que também é advogado e professor, o jeito do comunicador de se expressar e atrair todas as classes sociais no país era admirável. 

“Uma capacidade de comunicação com pessoas de diferentes níveis educacionais, em diferentes níveis culturais. Ele falava com empatia e carisma, das pessoas mais simples às mais sofisticadas, atraindo a audiência, atraindo a estima de pessoas que sequer o conheciam”, concluiu.