BRASÍLIA - A Polícia Federal (PF) informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a rede social X possibilitou o financiamento de contas de perfis investigados, mesmo após terem sido bloqueadas no Brasil por determinação da Corte. 

Entre os perfis envolvidos estavam @tercalivre e @allanldsantos, associados a Allan dos Santos, considerado foragido pela Justiça, além de @Rconstantino, do jornalista Rodrigo Constantino, e @realpfigueiredo, de Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, empresário acusado de envolvimento no golpe de 8 de janeiro, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR).

Os investigadores apontam que, ao invés de mostrar apenas a notificação de bloqueio, a plataforma exibia botões e informações que possibilitavam aos usuários financiar os perfis bloqueados diretamente na plataforma, sem a necessidade do uso de ferramentas como VPN. 

Allan dos Santos era apresentado como 'crítico de Moraes'

O relatório da PF detalha que ao clicar no botão "resumo do perfil", os usuários eram direcionados a uma janela que continha uma mensagem gerada por inteligência artificial, na qual Allan dos Santos era destacado como crítico do ministro do STF, Alexandre de Moraes, e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

A plataforma também fornecia um endereço para o recebimento de Bitcoin, facilitando a transação de valores para o perfil de Allan dos Santos. A assinatura mensal para apoiar o perfil de Allan dos Santos era de R$ 25,90, conforme as investigações.

Além disso, a PF já havia identificado que a plataforma X permitia transmissões ao vivo de perfis que estavam bloqueados, o que reforça a alegação de que a rede social fornecia meios para driblar as restrições impostas pela Justiça Brasileira.