BRASÍLIA – O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou que a Advocacia-Geral da União (AGU) tome providências imediatas para acelerar a extradição da deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália.
No despacho, assinado nesta quinta-feira (31/7), Moraes ordenou que o órgão acompanhe de perto o processo e informe ao Supremo o andamento do pedido para que a parlamentar cumpra pena em solo brasileiro.
Carla Zambelli foi detida na última terça-feira (29/7) em Roma e está atualmente no presídio feminino de Rebibbia, na capital italiana. Ela passará por uma audiência de custódia nesta sexta-feira (1º/8), na qual a Justiça local decidirá se mantém sua prisão ou se flexibiliza a detenção durante o processo de extradição.
A deputada tem dupla cidadania e fugiu do Brasil depois de ser condenada a 10 anos de prisão por invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserção de dados falsos, incluindo um mandado de prisão fraudulento contra o próprio Moraes.
Antes de chegar à Itália, esteve rapidamente nos Estados Unidos e passou quase dois meses mudando de cidade para evitar a captura, até ser incluída na lista de difusão vermelha da Interpol.
A defesa de Zambelli trabalha para impedir sua extradição ao Brasil buscando que a pena seja cumprida na Itália. O processo, segundo advogados ouvidos pelo governo, pode durar de seis meses a um ano e meio.
Esse caso remete a precedentes anteriores, como a extradição de Henrique Pizzolato, condenado no Mensalão, que também tinha dupla cidadania e foi autorizado a ser extraditado pela Justiça italiana em 2015.
O precedente aumenta a pressão sobre a defesa de Zambelli, que conta com apoio do PL, cujo líder na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), pediu formalmente asilo político à primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni.