BRASÍLIA - A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta-feira (15/8), que seis lideranças do Partido Liberal tenham acesso liberado a ele na prisão domiciliar sem a necessidade de autorização prévia. A lista inclui o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), e a líder da minoria, deputada Caroline de Toni (PL-SC).

O pedido de Bolsonaro também se estende ao líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), ao vice-presidente da Câmara, deputado Altineu Côrtes (PL-RJ), e ao vice-presidente estadual do PL, Bruno Scheid. A lista só não contempla o líder da oposição na Câmara, Zucco (PL-RS). Ele esteve com Bolsonaro nessa quinta-feira (14/8), mas a visita gerou indisposição com a ex-primeira-dama Michelle.

A solicitação feita por Bolsonaro ao relator da ação em que é réu, ministro Alexandre de Moraes, argumenta que os encontros com os líderes é necessária diante do papel que o ex-presidente exerce em seu núcleo político. 

"Pretende-se que a estas pessoas seja concedido o mesmo regime de acesso atualmente franqueado aos advogados constituídos, de forma livre e sem necessidade prévia de autorização judicial a cada ocasião. Tal medida se justifica pela relevância institucional e pela função de liderança exercida por tais autoridades, cuja interação com o peticionante [Bolsonaro] é frequente e necessária", justifica a defesa.

"Tal solicitação de prioridades se fundamenta na necessidade de garantir a máxima flexibilidade para as lideranças políticas acima listadas, ao mesmo tempo em que se preserva o controle judicial sobre a medida cautelar imposta", completa.

Indisposição com Zucco

Antes de visitar Bolsonaro nessa quinta-feira, Zucco gravou um vídeo segurando duas peças de carne e afirmando que prepararia um churrasco para o ex-presidente. Michelle Bolsonaro criticou a atitude, pela qual o deputado se desculpou depois. 

"O episódio ocorrido hoje (quinta-feira, 14) em minha residência, envolvendo o deputado Zucco, não contou com a nossa anuência. A visita tinha caráter restrito, breve e voltado exclusivamente a fins humanitários — e não conforme divulgado pelo parlamentar em vídeo, no qual, ao deixar sua residência, afirmou que realizaria um churrasco em minha casa. Tal evento não ocorreu", afirmou Michelle em uma rede social.