BRASÍLIA - O ex-assessor de Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou nesta quinta-feira (21/8) que o ex-presidente nunca cogitou sair do país. A publicação foi feita após a informação de que Bolsonaro teria, em seu celular, uma minuta de um pedido de asilo ao governo da Argentina.

A carta é citada no relatório da PF que pediu o indiciamento do ex-presidente e do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suspeita de coação e obstrução do julgamento da suposta trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF). 

“O Presidente Jair Bolsonaro NUNCA cogitou deixar o Brasil.  Como ele mesmo sempre disse, o telefone dele, bem como do seu ajudante de ordens, sempre foram ‘aeroportos de mensagens’ e ou ‘muros de lamentações’ sem nenhuma opinião muito menos adjetivação.  Essa é a verdade o resto é vazamento criminoso para dividir e constranger”, publicou Wajngarten em suas redes sociais.

De acordo com os investigadores, o pedido que viabilizaria a saída de Bolsonaro do Brasil revela que ele “praticou atos para obter asilo político na Argentina”. O documento, de 33 páginas, foi salvo no celular do ex-presidente em 10 de fevereiro de 2024, dois dias após a operação que determinou a entrega de seu passaporte.

O governo do presidente argentino, Javier Milei, afirmou que “ainda” não recebeu nenhum pedido de asilo político pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, de acordo com informação publicada pelo portal G1.

Ex-chefe da Secretaria de Comunicação no governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten foi um dos assessores mais próximos do ex-presidente, mas foi demitido do PL em maio. Formalmente, ele também está inscrito como advogado do ex-mandatário.

Em um dos áudios usados pela PF para embasar a investigação, o pastor Silas Malafaia pede que Bolsonaro interceda junto ao comando do PL por um novo cargo para Wajngarten. Ele faz críticas à postura do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, e classifica a situação como “uma tremenda de uma sacanagem”.