A defesa do coronel Jorge Eduardo Naime protocolou nesta segunda-feira (20) no Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de revogação de sua prisão preventiva. Naime era comandante do Departamento de Operações (DOP) da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e está preso por suspeita de ter facilitado os ataques criminosos de 8 de janeiro.

Os advogados do policial alegam que ele estava de dispensa-recompensa na data dos fatos e nos dias anteriores ao ocorrido e por isso não era responsável pelo planejamento nem pela execução da operação. A defesa argumenta ainda que ele foi convocado pelo alto comando da PMDF para trabalhar no momento dos ataques e que assumiu a operação “já em andamento”, na tarde do dia 8. 

Em depoimento à Polícia Federal (PF), o então comandante-geral da PMDF, Fábio Augusto Vieira – que também chegou a ser preso – se disse surpreso ao encontrar com Naime durante os atos, em frente ao prédio do Congresso, já que ele estava de folga.    

A análise do pedido de soltura ficará com o ministro Alexandre de Moraes, do STF, que é relator dos inquéritos que apuram os ataques às sedes dos três Poderes.  

Policial responsabilizou agentes do Exército 

Na última quinta (16), o coronel prestou depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa do DF (CLDF) e afirmou que o acampamento de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, foi o “grande epicentro” dos atos. Ele disse ainda que a PMDF tentou atuar diversas vezes para desmobilizar o acampamento, mas foi contida pelo Exército.  

Coronel tentou fugir de Brasília 

No dia em que foi preso, em 7 de fevereiro, O TEMPO revelou que o coronel Jorge Eduardo Naime tentou fugir de Brasília levando os filhos no dia seguinte aos ataques. O plano de fuga não deu certo pois foi descoberto pela ex-esposa e mãe de dois de seus filhos, que registrou boletim de ocorrência.  

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