O deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ) negou a participação em um esquema de fraude do cartão de vacinação contra a covid-19 pelo qual ele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-ajudante de ordens Mauro Cid e outras 14 pessoas foram indiciados Polícia Federal (PF).
Em nota divulgada nesta quarta-feira, o parlamentar afirmou ter recebido quatro doses da vacina contra a covid-19, sendo duas do laboratório Janssen e duas da Pfizer, todas na Unidade Pré-Hospitalar Xerém, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense do Rio. Alvo de buscas e apreensão da PF em 3 de maio de 2023, Gutemberg é irmão do ex-prefeito de Duque de Caxias (RJ) Washington Reis (MDB).
Segundo as investigações da PF, a exemplo de Cid, de Bolsonaro e da filha Laura, o cartão de vacinação do parlamentar também teria sido adulterado com informações falsas. Ao negar, o deputado responsabiliza a pessoa responsável pela aplicação do imunizante que teria apontado uma data quando a vacina ainda não estava disponível para a idade do deputado.
“É incontroverso, conforme o relatório final elaborado pela Polícia Federal, que Gutemberg foi vacinado e que não existem inconsistências com os lotes registrados. A divergência entre as datas das primeira e segunda doses da vacina do laboratório Janssen, registradas na carteira de vacinação física, é, à toda evidência, erro material de escrita do vacinador, que lançou a segunda dose como se tomada em fevereiro de 2021”, aponta.
A nota afirma ainda que, “pelas redes sociais do deputado, é possível concluir seu empenho e trabalho para colaborar na conscientização e campanha de vacinação para a população brasileira” no enfrentamento à pandemia de covid-19, e que lá há registros de quando ele recebeu as doses do imunizante.
A defesa do parlamentar afirma ainda que ao investigar dezenas de aparelhos celulares e computadores, não foi encontrado nenhum diálogo sequer entre Gutemberg e outros investigados. “Tampouco foram encontrados diálogos entre investigados envolvendo ou indicando o deputado Gutemberg como integrante de qualquer espécie de associação criminosa”, declara.
E continua. “Todos esses fatos revelam a inocência incontestável do deputado federal Gutemberg Reis, especialmente porque não faz sentido falar em fraude, visto que o deputado fez campanha pela vacina, acredita na eficácia da vacina e até mesmo divulgou em suas redes sociais quando recebeu as doses do imunizante.”