O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), acatou o pedido da Polícia Federal (PF) e decretou a prisão preventiva de Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, o morador de Belo Horizonte que ameaçou “caçar” políticos de esquerda, entre eles o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), além de ministros da Corte.

Também conhecido como “Ivan Papo Reto”, o homem foi preso temporariamente em 22 de julho, na capital mineira. Na terça-feira (25), Moraes prorrogou a prisão por mais cinco dias, a pedido da PF e da Procuradoria-Geral da República (PGR). A prisão preventiva, ordenada nesta segunda, não tem prazo definido de duração.

Na decisão, Moraes escreveu que a manutenção da prisão é “a única medida capaz de garantir a ordem pública e a conveniência da instrução criminal, especialmente com o prosseguimento da perícia técnica, capaz de apontar com maior precisão a extensão e níveis de atividade da associação criminosa que se investiga”.

Em seu pedido, a PF ressaltou que a análise pericial das trocas de mensagens no telefone celular de Ivan identificou conteúdo diretamente relacionado ao objeto da investigação e que pode impactar na ordem pública.

“A adesão de seguidores ao objetivo de atingir mediante violência à integridade física de ministros do STF ficou também demonstrada em mensagens no aplicativo de WhatsApp”, diz o pedido acatado por Moraes.

A PF destacou ainda que o homem pratica de forma reiterada o crime de ameaça contra opositores do presidente Jair Bolsonaro e ministros do STF, sobretudo os indicados por governos do PT.

Homem diz que vai “pendurar de cabeça para baixo” ministros do STF

Em seu canal do YouTube, Ivan Rejane Pinto, que é apoador do presidente Jair Bolsonaro (PL), faz ameaças a Lula, à presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann, e ao deputado Marcelo Freixo (PSB), candidato ao governo do Rio de Janeiro.

O influenciador digital, que também se apresenta como coach e terapeuta, afirma ainda que vai “pendurar de cabeça para baixo” ministros do STF e que está aberta “a temporada de caça” aos magistrados.