A União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Agência Brasileira de Inteligência (Intelis) alertou, em comunicado divulgado na noite do último domingo (8), para a detecção de “ameaças ao aniversário” de um ano do 8 de janeiro, completado nesta segunda-feira.
No texto, a entidade pontua diversas ações feitas pelos servidores para preservar a democracia brasileira. "Seguimos trabalhando incansavelmente, imparciais e discretos, inclusive hoje, detectando ameaças ao aniversário da fatídica data do dia 8", informou a Intelis.
Nota Pública sobre a #InteligênciaDeEstado e o #8deJaneiro. #ABIN #INTELIS #Inteligência pic.twitter.com/theENBqrGc
— Intelis - Profissionais da ABIN (@Intelis_ABIN) January 8, 2024
O comunicado gera preocupação, já que a Abin usa sistemas de inteligência para monitorar crimes, muitos deles arquitetados e/ou executados em ambiente digital. A detecção também vai na contramão do informado pelo ministro em exercício da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Cappelli, na semana passada.
"Até o momento, não há nenhuma informação que gere uma alerta maior ou uma preocupação maior. Isso é monitorado dia a dia e todas as providências estão sendo tomadas para que nós tenhamos o dia 8 de celebração democrática e histórica no Brasil", disse Cappelli à época. A fala dele ainda foi endossada pela governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (Progressistas): "Não temos alerta nenhum nesse sentido, de ameaça, de nada".
A Intelis não detalha quais ameaças realmente foram detectadas nem os grupos ou indivíduos responsáveis por elas. "Somos uma linha invisível de defesa do Estado, e o não reconhecimento público das nossas contribuições é um fardo que escolhemos carregar no dia a dia", esclarece a entidade em um trecho do comunicado.
Neste 8 de janeiro, há um ato convocado pelos presidentes dos Poderes, no Salão Negro do Congresso Nacional, para lembrar o primeiro ano da invasão e depredação do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília.
As invasões, que ocorreram oito dias após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomar posse, custaram, até o momento, R$ 21 milhões aos cofres públicos. O montante será destinado para recuperar vidraças, móveis e objetos destruídos. Além disso, houve danos irreparáveis a obras de arte.