Contra-ataque

Kalil rebate Zema, diz não precisar de palanque, mas de um governador de palavra

Em entrevista à rádio Super 91,7 FM, governador atacou o prefeito de BH por medidas tomadas para frear o coronavírus em BH

Por Pedro Rocha Franco e Ricardo Corrêa
Publicado em 19 de março de 2020 | 12:17
 
 
 
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Em resposta a uma fala do governador de Minas Gerais, Romeu Zema, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), disse que o fechamento de estabelecimentos não é uma medida populista, mas algo emergencial que precisa ser feito. "Eu não preciso de palanque, preciso de um governador que tenha palavra", afirmou Kalil.

"Hoje eu entendo o pandemônio que foi feito na Assembleia, o pandemônio que foi feito nas duas únicas instituições que funcionam em Minas Gerais, que é a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. O senhor não tem palavra", repetiu o prefeito, que garantiu ter mensagens salvas para provar o que diz.

"Ele esqueceu, mas está tudo printado aqui. Se ele me autorizar, que eu não sou moleque de colocar coisas privadas em rede social, eu mostro que ele não tem palavra", disse.

"Nunca fui convidado para um reunião quarta-feira. É mentira", completou.  

Mais cedo, em entrevista à rádio Super 91,7 FM, o governador Romeu Zema disse que o prefeito de BH está em ano eleitoral e, por isso, precisa de palanque.

Kalil disse ainda que a declaração de Zema de que não poderia emitir o decreto cobrado por Kalil para conter a propagação do coronavírus em Minas Gerais é quase infantil e pediu a ele que siga o exemplo de governadores de outros Estados. "Gente que tem coragem", disse, incisivo, Kalil.

"Sobre decreto, a declaração (do governador) é desconectada, quase infantil. Haja vista os decretos dos governadores que têm coragem, como o de Goiás, o do Rio de Janeiro, o de São Paulo. (Zema é) o único que não fez nada até agora, como não fez na chuva, quando colocou polícia e bombeiro pra arrastarem na lama, e nem material esse povo tem", destacou.

"Além de fazer aquela baderna que fez com o reajuste da Polícia Militar. Repito: não preciso de palanque. Preciso de governador que tenha palavra,  o que o senhor não tem. E um pouquinho mais de coragem. Isso não é populismo. Tirar emprego nao é populismo. Fechar estabelecimento não é populismo. É coragem pra fazer o que tem que ser feito", completou Kalil.

O prefeito ainda reclamou que recursos prometidos pelo governo federal para obras após as enchentes do final de janeiro não chegaram.

"(Zema) tava muito bonito no avião do presidente, deu volta de helicóptero... Quero avisar para a população de Belo Horizonte que, do R$ 1 bilhão que foi prometido, só entrou quase R$ 7 milhões", disse o prefeito, dizendo que a reconstrução da cidade custará muito mais: R$ 200 milhões. "Mas temos como fazer e vamos fazer", disse.

Na quarta-feira, Kalil publicou críticas ao governador no Twitter por ele não ter cumprido o que teria dito ao prefeito de BH em relação ao fechamento do comércio, bares e restaurantes como medida para frear a proliferação do coronavírus.

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