O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), aumentou seu potencial de votos na disputa pelo governo de Minas à medida que começou a ser mais conhecido pela população mineira, de acordo com a quarta rodada da pesquisa DATATEMPO realizada entre 26 de novembro e 1º de dezembro. Apesar disso, o governador Romeu Zema (Novo) permanece com ampla vantagem sobre Kalil e venceria a eleição já no primeiro turno se contabilizados apenas os votos válidos – ele tem 56,9% dos votos, contra 28,4% do prefeito. 

Kalil é conhecido por quase todos os moradores da região metropolitana de Belo Horizonte. Atualmente, apenas 3,1% dos entrevistados na região responderam não conhecê-lo o suficiente para decidir se votariam nele ou não. Além disso, um cruzamento de dados realizado pelo instituto aponta que moradores da região têm 724% mais chances de votar em Kalil que os residentes em outras regiões do Estado. 

Dessa forma, o principal desafio dele neste momento é se tornar conhecido também no interior. Na pesquisa de julho, cerca de um terço dos participantes em todo o Estado (33,2%) afirmou não conhecer o prefeito da capital e, portanto, não respondeu se havia possibilidade de votar nele. Pouco mais de quatro meses depois, Kalil está mais conhecido, e o índice caiu para 23,6%, quase 10 pontos percentuais a menos. No mesmo período e praticamente na mesma proporção, o potencial de votos do prefeito subiu de 34,5% para 44,6%. 

A mudança nos números coincide com um movimento de Kalil focando o interior. Em setembro, ele começou a viajar e a dar entrevistas a meios de comunicação locais. A estratégia escolhida foi reativar a Frente Mineira de Prefeitos (FMP) e eleger Kalil para presidente. Assim, ele tem se apresentado não como pré-candidato – oficialmente, diz que ainda não é a hora – ou como prefeito de Belo Horizonte, mas como uma liderança da frente. 

Kalil já visitou diversas cidades do Triângulo Mineiro, e nos próximos meses, conforme mostrou O TEMPO, o foco deve ser o Norte de Minas e a Zona da Mata. Um assunto que costuma ser abordado durante as viagens é o enfrentamento da Covid realizado pela Prefeitura de BH. 

Disputa pelo cargo 

Apesar de a DATATEMPO indicar que a estratégia começa a render frutos a Kalil, ele ainda tem um longo caminho pela frente. Principal adversário na disputa, o governador Romeu Zema (Novo) também aumentou seu teto de votação. De julho a novembro, ele cresceu 6,7 pontos percentuais. Agora, 67,1% afirmam que votariam com certeza ou poderiam votar no governador. 

Zema também conseguiu diminuir sua rejeição nesse período de 29,7% para 24,7%. Desde a pesquisa em julho, o governador emplacou um combo de medidas direcionadas ao servidor: acabou com o parcelamento dos salários, que já durava cinco anos e meio, fechou um cronograma para o pagamento das férias-prêmio e anunciou o pagamento do 13º integral em dezembro, o que não acontecia havia seis anos. 

O aumento de arrecadação em 2021 e o acordo fechado com a Vale também têm contribuído com anúncios de novos programas e obras. Além das diversas ações custeadas com os R$ 37,68 bilhões pagos pela mineradora como indenização por Brumadinho, Zema anunciou recentemente a destinação de R$ 500 milhões para dez universidades federais em Minas. 

Teto maior não rendeu mais votos a prefeito 

O aumento do teto de voto de Alexandre Kalil não se traduziu em ganhos de intenções de voto, pelo menos por enquanto. Os números da pesquisa estimulada para o governo estão estáveis em relação a outubro, e o governador Romeu Zema segue na liderança com vantagem de 22,8 pontos percentuais sobre o prefeito de Belo Horizonte. 

Zema oscilou positivamente dentro da margem de erro, de 45,1% dos votos em outubro para 45,7% em novembro. Se calculados só os votos válidos – sem brancos e nulos e os que não souberam ou não responderam –, o governador venceria já no primeiro turno, e, se a eleição fosse para o segundo turno, Zema também ganharia. 

Kalil também oscilou positivamente dentro da margem desde a última rodada da pesquisa. Agora, ele tem 22,9% das intenções de voto ante 22,5% em outubro.  

Rodrigo Pacheco (PSD), Reginaldo Lopes (PT) e Áurea Carolina (PSOL) estão tecnicamente empatados em terceiro lugar. Paulo Brant (PSDB) vem em seguida, empatado tecnicamente com o petista e com a pré-candidata do PSOL. 

Dados

A pesquisa DATATEMPO realizou 1.404 entrevistas em todas as regiões do Estado entre os dias 26 de novembro e 1 de dezembro. A margem de erro é de 2,62% e o nível de confiança é de 95%. Por causa de arredondamentos, as somas podem ser maiores ou menores que 100%.