O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, mudou de perspectiva e agora admite que, na atual conjuntura, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem mais chances de levar a Presidência já em 2 de outubro, primeiro turno das eleições.

O motivo da mudança na análise do ex-ministro das Comunicações de Dilma Rousseff (PT) é a possibilidade de desistência das candidaturas de adversários.

André Janones, presidenciável pelo Avante, terá encontro nesta quinta-feira (4) com Lula para decidir se vai continuar na disputa ou se vai apoiá-lo. Já Pablo Marçal, candidato ao Palácio do Planalto pelo PROS, teve a candidatura mantida após reviravolta em decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça na quarta-feira (3).

"Há 1 ano eu disse que Lula ia ganhar no primeiro turno. Mas passei meses achando que ele podia não ganhar no primeiro turno. No dia de ontem, com a saída de dois candidatos que tinham entre 1,5% a 3%, acho que não é mais impossível", afirmou Kassab, em entrevista para o site Uol, sem citar os nomes dos candidatos a quem se referia. 

Quanto a Ciro Gomes, candidato do PDT, Kassab nota que ele caiu nas pesquisas: "Então é uma semana que talvez eu possa admitir que haverá só um turno".

Internamente no partido, que também conta com o presidente do Senado Federal Rodrigo Pacheco (PSD-MG), há a expectativa de que Kassab declare voto em Lula, embora a legenda tenha adotado posição de neutralidade. O anúncio do voto de Kassab era aguardado para o segundo turno, tendo em vista a decisão entre o petista e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que tentará a reeleição. Agora, o cenário no horizonte do líder do PSD é outro.

"A campanha está polarizada e vai continuar, não há mais espaço para que uma alternativa cresça. Continuo achando Lula favorito, até porque todas pesquisas dão margem grande do Lula pro Bolsonaro, em todos os estados, e isso faz com que dificilmente tenha reversão", analisou o ex-prefeito de São Paulo.

"Todo eleitor que, no primeiro turno, não vota em candidato governista, em qualquer eleição, sempre tem tendência de não votar no candidato governista no segundo turno. Se ele estava votando no Janones, é porque discorda do atual governo. Em uma eleição polarizada, acho que a maior parte vai pro Lula", completou Kassab.

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