Líder do governo no Senado Federal, Major Olímpio (PSL-SP), não tem esperança de que uma eventual aprovação no Congresso do crédito suplementar pedido pelo governo (PL4) virá com facilidade. Perguntado pelo jornal "O Estado de S. Paulo", se o governo tem controle da votação marcada para esta terça-feira, 11, na Comissão Mista de Orçamento (CMO), ou mesmo uma estimativa de votos, o senador foi claro: "Eu te afirmo que não tem".
"Tudo o que é possível de fazer em termo de gestão, de explicar a efetiva necessidade, do governo não ter outra alternativa, está colocado", disse o senador, explicando que atua nos limites da articulação permitida pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
"Como o governo não fez o toma lá dá cá, como não fez a distribuição de ministério por partidos, a cada votação nós vamos ter que constituir uma base e, no convencimento, votar", detalhou o parlamentar.
No Twitter, o presidente Bolsonaro tem alertado para o risco de suspensão de pagamentos de benefícios sociais e programas como o Plano Safra e o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) se o Congresso não liberar o crédito extra de R$ 248,9 bilhões.
A votação na CMO estava marcada para semana passada, mas não ocorreu por falta de quórum. A obstrução foi feita por partidos de oposição, como PT e PCdoB, mas também contou com a participação do PL, integrante do centrão. "Pra quê tanta obstrução? E muitas vezes de alguns ditos aliados...", reclamou Major Olímpio.
Para o senador, a escolha do presidente por não formar uma base aliada no Congresso desenha um cenário futuro de grandes esforços para que o governo consiga aprovar matérias de seu interesse, dinâmica que deve perdurar até o fim do mandato. "A cada dia vai ser uma dor diferente. Eu não tenho dúvida de que isso vai ser o governo todo", prevê o político.