Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, o advogado e empresário Marconny Albernaz de Faria admitiu conhecer Jair Renan Bolsonaro, o filho 04 do presidente Bolsonaro, há aproximadamente dois anos.
Marconny Faria confirmou ter comemorado seu aniversário, em dezembro do ano passado, em um camarote do estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. O espaço na arena, que é administrada por uma empresa privada, pertence a Jair Renan.
Faria ressaltou, porém, que não tem negócio em comum com o filho do presidente e que a relação entre os dois é reservada à amizade pessoal. Mas reconheceu que apresentou Jair Renan a um empresário que iria auxiliá-lo na abertura da empresa Bolsonaro Jr Eventos e Mídia.
"Ele [Jair Renan] queria criar uma empresa de influencer. Só apresentei ele para um colega tributarista que poderia auxiliar na abertura dessa empresa", disse Faria.
Sobre outros integrantes da família Bolsonaro, Marconny afirmou conhecer apenas Ana Cristina Siqueira Valle. Ex-mulher do presidente e mãe de Jair Renan, ela ganhou o noticiário recentemente por se mudar para uma mansão em Brasília, após ganhar cargo de confiança no gabinete da deputada federal Celina Leão (PP-DF).
Advogado que, segundo ele, não exerce a profissão, Faria negou já ter trabalhado com Karina Kufa, advogada do presidente da República e amiga íntima da família, e disse manter apenas uma “relação social” com ela.
Negócio bilionário
O interrogatório de Marconny começou na manhã desta quarta-feira (15). Ele é suspeito de ter atuado como lobista da Precisa Medicamentos com o Ministério da Saúde no caso da vacina indiana Covaxin. A Precisa teria sido intermediária no processo de compra em um contrato superior a R$ 1 bilhão.
É a segunda vez que o Senado marca o interrogatório. Na primeira tentativa, em 2 de setembro, ele apresentou um atestado médico para não comparecer. O documento acabou cancelado pelo médico que emitiu após questionamentos da veracidade por integrantes da CPI.