Uma obra histórica assinada por 92 personalidades e políticos mineiros, no dia 24 de outubro de 1943 a favor da democratização do país, foi revivida ontem. Foi lançada em grande estilo, na Imprensa Oficial, a edição fac-símile do conhecido Manifesto dos Mineiros. O documento foi a primeira declaração aberta contra o Estado Novo – comandado pelo presidente Getúlio Vargas de 1937 a 194 – e inspirou outras iniciativas semelhantes pelo país.

 

O governador Antonio Anastasia ressaltou que o documento teve participação vital e inspirou praticamente tudo o que se seguiu a partir da redemocratização em 1946. “Os ensinamentos, a lembrança, o brado, o grito, lançados por esses mineiros ilustres, na realidade, serviram sempre como inspiração para todos aqueles que têm compromisso com a causa pública em Minas e no Brasil. O papel do nosso Estado foi muito bem colocado pelos signatários. É o ponto de equilíbrio, de reflexão, de lembrança daquilo que é mais caro a nossa alma cívica que é exatamente a liberdade”.

Com o título “Ao povo mineiro”, o documento foi assinado por grandes nomes da época, entre eles Milton Campos, Magalhães Pinto, Afonso Penna, Artur Bernardes, Bilac Pinto, Tristão da Cunha, Augusto de Lima e Afonso Arinos de Mello Franco.

Como o país vivia o Estado Novo, 50 mil exemplares do Manifesto foram impressos clandestinamente em uma gráfica de Barbacena, na região Central. Eles foram distribuídos de mão em mão em várias cidades ou jogados nas residências por causa da censura à imprensa na época.

“O Manifesto dos Mineiros está mais vivo do que nunca. É bom saber que Minas ofertou ao Brasil um exemplo de liberdade, de indignação, de comprometimento com os nossos valores mais caros: da democracia, da liberdade, da dignidade, da justiça”, disse o presidente da Assembleia de Minas, Dinis Pinheiro.

Edição

Nomes. A edição comemorativa traz a apresentação do governador Antonio Anastasia, dos presidentes da Assembleia e do Tribunal de Justiça, da Procuradoria Geral de Justiça e da OAB-MG.