Após debandada

Ministério da Economia: Colnago é o novo secretário de Orçamento

Ele, que é o atual chefe de relações institucionais da pasta, vai escolher o secretário do Tesouro. O nome ainda está em discussão

Por O TEMPO Brasília
Publicado em 22 de outubro de 2021 | 14:25
 
 
 
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O economista Esteves Colnago aceitou, nesta sexta-feira (22), assumir o cargo de secretário de Orçamento do Ministério da Economia. Ele, que é o atual chefe de relações institucionais da pasta, vai escolher o secretário do Tesouro. O nome ainda está em discussão.

A informação é da CNN Brasil e foi confirmada pela equipe do O TEMPO em Brasília.

Colnago era apontado desde quinta-feira (21) como o sucessor natural de Bruno Funchal. Ele já vinha sendo o principal interlocutor da Economia com o Congresso Nacional, o que é visto como um grande ativo pela equipe econômica.

Na noite de quinta, após o fim dos pregões, quatro secretários do Ministério da Economia deixaram os cargos por serem contra a política do governo por aumentar riscos de abandono da responsabilidade fiscal com o furo do teto de gastos, para acomodar o Auxílio Brasil de R$ 400 mensais.

O secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e o secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, pediram demissão, junto com a secretária especial adjunta do Tesouro , Gildenora Dantas, e o secretário-adjunto do Tesouro Nacional, Rafael Araujo.

A gota d´água teria sido o silêncio do ministro da Economia, Paulo Guedes, após Bolsonaro prometer um auxílio para caminhoneiros contra o aumento do diesel, e à mudança no teto de gastos, que ampliaram o espaço do teto para R$ 83,6 bilhões. 

O presidente deu declaração em meio ao retorno de ameaças de greve de caminhoneiros em razão da alta dos combustíveis. Ele anunciou que o governo vai oferecer uma ajuda de R$ 400 a cerca de 750 mil caminhoneiros autônomos para compensar o aumento do preço do diesel, sem informar de onde vai tirar os recursos nem a partir de quando o benefício será pago.

As manobras para furar o teto foram aprovadas dentro da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, aprovada na noite de quinta pela comissão especial da  Câmara. O texto agora segue para o plenário.

A ideia original da PEC era jogar R$ 50 bilhões em precatórios para frente, mas o texto aprovado ontem garante um espaço ainda maior, de R$ 83 bilhões para bancar um “pacote de bondades” que ajude a reeleição de Bolsonaro.

A proposta de furar o teto para bancar o programa social repercutiu negativamente no mercado, elevando os temores de piora do quadro fiscal e de descontrole dos gastos públicos para financiar medidas vistas como populistas.

O mercado já reagia negativamente a essas notícias ontem, fazendo com que a bolsa brasileira ficasse no topo da lista de piores bolsas do mundo no ano, com perdas que já chegam a R$ 284 bilhões.

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