O Ministério Público Eleitoral de Minas Gerais (MPE) denunciou o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, o deputado estadual professor Irineu e outras nove pessoas por falsidade ideológica, apropriação indébita e associação criminosa por supostos crimes eleitorais cometidos durante a campanha de 2018.
De acordo com o promotor eleitoral Fernando Abreu, integrantes do PSL cooptaram candidatas para que elas repassassem verba para uso eleitoral para abastecer campanhas de outros candidatos. Entre as campanhas, as de Marcelo Álvaro Antônio, que concorreu para deputado federal, e Irineu, para estadual. Ambos foram eleitos.
Para o MPE, ao menos R$ 192,5 mil foram repassados das candidaturas de quatro mulheres para outros candidatos. O Ministério Público não sabe qual a quantia exata foi supostamente repassada para Antônio e Irineu.
"Encontramos em um gráfica uma pesquisa eleitoral para campanhas do Marcelo Álvaro Antônio e de Irineu. E eles não declararam nas prestações de contas. São pesquisas internas, digamos assim", afirmou o promotor.
Para o Ministério Público ficou claro que as quatro candidatas foram "laranjas" do partido.
"Encontramos, por exemplo, uma planilha com nome de candidatos com potencial de votos. Nenhuma delas (candidatas) estavam na planilha", disse o promotor.
O Ministério Público vai, agora, investigar para quais outras campanhas as verbas de supostas laranjas foram direcionadas.
SEM FORO
O promotor eleitoral explicou ainda que Marcelo Álvaro Antônio não tem foro privilegiado. Isso porque, segundo ele, os supostos crimes ocorreram durante a campanha. "Foro privilegiado é no âmbito da gestão. Essa denúncia é referente ao período eleitoral, portanto tramita em primeira instância", disse.
A ação está na 26 Zona Eleitoral de Belo Horizonte. Caso sejam condenados, podem pegar até quatro anos de prisão. No caso de Antônio e Irineu, eles seriam cassados apenas após condenação em segunda instância, pelo Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
OUTRO LADO
Em diversas manifestações, o ministro do Turismo sempre negou irregularidades e acusou a "Folha de S.Paulo" de promover uma perseguição político-partidária contra ele. Ele afirma que a distribuição do fundo partidário do PSL de Minas Gerais cumpriu rigorosamente o que determina a lei e que confia no trabalho isento, sério e justo das autoridades que investigam o caso.