O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se mostrou disposto a fazer aliança com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, nas eleições presidenciais deste ano. Pré-candidato ao Planalto pelo PT, Lula diz que “ainda não definiu” se concorrerá ao pleito.

“Não terei nenhum problema em fazer chapa com o Alckmin para ganhar e governar esse país. Só não posso dizer ainda porque falta definir para qual partido ele vai e ver se o partido vai fazer aliança com o PT”, disse.

Em coletiva concedida a sites de esquerda, Lula defendeu Alckmin de críticas feitas pela esquerda ao ex-tucano. Em uma das perguntas, o ex-governador é apontado como alguém que “perseguiu professores, bombardeou secundaristas e é o principal responsável pelas chacinas no interior de São Paulo em 2016”.

Lula reconheceu as diferenças de visão de mundo entre ele e Alckmin, mas afirma ter tido uma boa convivência com ele enquanto era presidente e o ex-tucano, governador de São Paulo. E minimizou as divergências.

“Estive com o governador Alckmin por 4 anos na presidência e não tenho nenhuma divergência na relação com o Alckmin nem com o [José] Serra. Temos divergências? Temos. Mas isso não impede que você construa a possibilidade de divergências serem colocadas em um canto e convergências no outro para poder governar”, respondeu.

Lula ainda disse acreditar que Alckmin se definiu como oposição ao governo Jair Bolsonaro e ao “dorismo” em São Paulo. Dória foi lançado por Alckmin na política, em 2016, quando se elegeu prefeito de São Paulo. Após as eleições de 2018, eles romperam e o ex-governador chegou a chamar o antigo aliado de ‘traidor’.

Para o ex-presidente o PSDB de Dória é diferente do PSDB de Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e José Serra, criado no período da Constituinte.

O petista ainda citou o exemplo do ex-vice-presidente José Alencar, que ocupou o cargo em seus dois mandatos à frente do país. Empresário do setor têxtil, Alencar também era visto como um vice à direita do PT.

“Obviamente que o vice estará como esteve o José Alencar. Eu espero que se as forças políticas que me apoiam decidirem se o Alckmin é vice, que ele esteja ouvindo o que eu estou falando, porque ele tem que provar que vai ter que ser igual ou melhor que o José Alencar.”

Geraldo Alckmin se desfiliou recentemente do PSDB, partido que ajudou a fundar e integrou por 33 anos. O ex-governador de São Paulo ainda não definiu para qual legenda irá, mas mantém conversas com o PSB, que pleiteia a vaga de vice na chapa de Lula na corrida ao Planalto.

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