CAFÉ COM POLÍTICA

‘Parlamentares abriram mão da independência’, diz vereador sobre embate com PBH

Após meses de embate e projetos paralisados por disputa política, vereadores da oposição voltaram a dialogar com a Prefeitura de Belo Horizonte

Por O TEMPO
Publicado em 26 de março de 2024 | 09:58
 
 
 
normal

O vereador Irlan Melo (PRD) elogiou o movimento de aproximação entre os vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte e a prefeitura, após meses de embate entre as casas e projetos paralisados por disputas políticas. Durante entrevista ao Café com Política, da FM O TEMPO 91,7, o vereador de oposição afirmou que muitos parlamentares haviam “perdido a independência” e que, após reuniões com o prefeito Fuad Noman (PSD), a relação entre vereadores e prefeito passou a ser mais harmônica.

Na última quinta-feira, o prefeito Fuad Noman se encontrou com vereadores da oposição, que cobraram o cumprimento de emendas impositivas, algo garantido por lei, mas que, na visão desses vereadores, não vem sendo cumprido pelo Executivo. Como medida para melhorar o diálogo, a prefeitura nomeou o atual secretário municipal adjunto de Governo, Leonardo Castro, para ser um interlocutor na Câmara Municipal. 

“Depois da reunião com o prefeito Fuad, voltamos a ter o diálogo para que os projetos que não são da base sejam avaliados. Antes, projetos que não eram da base eram vetados em primeiro turno. Havia muita independência entre Câmara e prefeitura, mas pouca harmonia. Agora estamos vendo mais harmonia. O grupo ligado ao presidente da Câmara não estava sendo atendido em nenhuma hipótese, mas depois da reunião com o prefeito Fuad, um decreto que precisava ser assinado foi liberado no dia seguinte, intermediado pelo Leonardo Castro”, analisou o vereador.

Irlan Melo ainda criticou os processos de cassação abertos contra o presidente da Câmara Municipal, Gabriel Azevedo (MDB), que acabaram sendo arquivados. Segundo o vereador, a tentativa de cassação dos direitos políticos do colega era apenas uma “disputa ideológica”, sem relação com atos criminosos que, de fato, imputaram um afastamento do vereador.  Conforme Irlan Melo, o atual secretário de Estado da Casa Civil, Marcelo Aro, um dos principais inimigos políticos de Gabriel, teria “bastante poder” sobre a prefeitura e parte dos vereadores, que acabaram “perdendo sua independência”.

“Às vezes, o parlamentar abre mão de sua independência e fica refém de uma situação, e o processo de cassação do Gabriel mostrou isso. O Kalil, quando foi eleito, colocou pessoas técnicas nas secretarias, não havia apadrinhados políticos, e as coisas andavam com mais facilidade. Depois, com o Fuad, tivemos outro tipo de governança, com decisões políticas interferindo nas questões de governo, o que prejudicou a cidade. Agora, com um novo interlocutor, acredito que teremos a possibilidade de as demandas chegarem onde devem chegar”.

 

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!