Castellar perde força, e Fuad define adjunto como novo interlocutor com a Câmara

A Prefeitura de Belo Horizonte tem um novo interlocutor na Câmara Municipal. Trata-se de Leonardo Castro, atual secretário municipal Adjunto de Governo. A mudança foi comunicada pelo prefeito Fuad Noman (PSD) a vereadores da oposição, durante uma reunião das partes na tarde desta quinta-feira (21). Com a mudança, o secretário municipal de Governo, Castellar Guimarães Neto, perde força nos bastidores da PBH. 

Conforme apurou O TEMPO com fontes que participaram do encontro, a reunião foi tensa, sobretudo no início. A oposição cobrou de Fuad Noman o cumprimento de emendas impositivas, algo garantido por lei, mas que, na visão desses vereadores, não vem sendo cumprido pelo Executivo. 

A sugestão de Leonardo Castro assumir a interlocução partiu da prefeitura e foi vista com bons olhos pelo próprio grupo de oposição, liderado pelo presidente da Câmara, vereador Gabriel Azevedo (MDB). No frigir dos ovos, a oposição enxergou o encontro como uma sinalização de paz por parte da prefeitura, uma tentativa de manter a independência dos poderes, atendendo as demandas de lado a lado. 

Por se tratar de um ano eleitoral, o cumprimento de emendas impositivas é importante para os vereadores que buscam a reeleição. Trata-se de um mecanismo fundamental para agradar as bases eleitorais a partir de medidas concretas, na ponta, geralmente bem recebidas pelo eleitor. 

Por parte da base de governo, o entendimento é de que Castellar não perde força, pois Leonardo Castro integra sua equipe. "Eles estão na mesma equipe. O secretário Leonardo está junto do Castellar. O grupo do Gabriel prefere fazer essa interlocução com o Leonardo. A gente está num momento de reconstrução, de retomada do diálogo. O que a gente puder ter de cuidado para que a gente consiga restabelecer um diálogo republicano é importante", afirma o líder do prefeito na Câmara, vereador Bruno Miranda (PDT).

Nesta semana, o prefeito Fuad disse que Castellar e o ex-deputado federal Marcelo Aro (PP) só sairiam da prefeitura se quisessem. Aro não tem cargo na PBH, já que é secretário de Estado de Casa Civil do governo Romeu Zema (Novo), mas exerce influência no Executivo com a indicação de diversos nomes, inclusive o de Castellar. “Só se eles quiserem sair. Por minha iniciativa, não tem movimento nenhum não”, garantiu o prefeito durante inauguração do Centro de Atendimento ao Turista (CAT), no Mercado das Flores, no centro. No entanto, a indicação de Leonardo Castro é um claro sinal de perda de espaço do titular da Secretaria Municipal de Governo. 

Apesar do pedido atendido, alguns vereadores da oposição querem ver se algo mudará, na prática, na relação entre os poderes. A postura, por enquanto, ainda é de cautela para “medir a temperatura” e ver se as demandas do grupo serão atendidas pela prefeitura, a partir da indicação de Leonardo Castro para a interlocução.