Operação Juno Moneta

Polícia prende duas pessoas ligadas ao MBL em ação contra lavagem de dinheiro

Movimento Brasil Livre diz que presos não fazem parte do grupo

Por estadão conteúdo
Publicado em 10 de julho de 2020 | 08:43
 
 
 
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O Ministério Público de São Paulo, a Polícia Civil e a Receita Federal realizam na manhã desta sexta, 10, a operação Juno Moneta para investigar suposta sonegação fiscal de mais de R$ 400 milhões e também apurar suposta ‘confusão empresarial’ entre o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Movimento Renovação Liberal (MRL). Segundo a Promotoria, duas pessoas com ‘estreitas ligações’ com os movimentos foram presas – Alessander Monaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso, vulgo Luciano Ayan.

“As evidências já obtidas indicam que estes envolvidos, entre outros, construíram efetiva blindagem patrimonial composta por um número significativo de pessoas jurídicas, tornando o fluxo de recursos extremamente difícil de ser rastreado, inclusive utilizando-se de criptoativos e interpostas pessoas”, indicou o MP-SP em nota.

A operação é realizada pelos promotores do Grupo Especial de Repressão a Delitos Econômicos (Gedec), que cumprem ainda mandados de busca e apreensão seis endereços correspondentes às empresas envolvidas na investigação sobre prática de crimes de lavagem de dinheiro. A  investigação é conduzida pelo promotor Marcelo Mendroni.

Além de apurarem suposta ‘confusão empresarial’ entre o MBL e o MRL, os investigadores também se debruçam sobre ‘recebimento suspeito de doações online’. Segundo o Gedec, foi identificado o recebimento de doações através da plataforma Google Pagamentos – ‘que desconta 30% do valor, ao invés de doações diretas na conta do MBL/MRL’.

Os promotores também informaram que investigam suposta constituição e utilização de empresas ‘em incontáveis outras irregularidades, especialmente fiscais’. “A família Ferreira dos Santos, criadora do MBL, adquiriu/criou duas dezenas de empresas – que hoje se encontram – todas – inoperantes e, somente em relação ao Fisco Federal, devem tributos, já inscritos em dívida ativa da União, cujos montantes atingem cerca de R$ 400 milhões”.

Com a relação a Alessander Monaco Ferreira, um dos presos na operação realizada nesta manhã, a Promotoria aponta ‘movimentação financeira extraordinária e incompatível’ e suposta ‘criação/sociedade em duas empresas de fachada’. Segundo o Gedec, ele seria ‘ligado aos movimentos’, realizando ‘doações altamente suspeitas através da plataforma Google’.

O MP-SP também indicou que Ferreira viajou mais de 50 vezes para Brasília, entre julho de 2016 e julho de 2018, ‘ para o Ministério da Educação, com objetivos não especificados’, e ‘solicitou emprego e foi contratado pelo Governo do Estado de São Paulo para trabalhar na Comissão de Avaliação de Documentos e Acesso da Imprensa (CADA) – “justamente um cargo que tem função de gerenciar tarefas de eliminação de documentos públicos, de informações relativas ao recolhimento de documentos de guarda permanente, produzidos pela Administração Pública”.

Já sobre Carlos Augusto de Moraes Afonso, a Promotoria aponta ‘ameaça a pessoas que questionam as finanças do MBL’, ‘disseminação de fake news’, ‘criação e sociedade de ao menos quatro empresas de fachada’ e ‘uso de contas de passagem, indícios de movimentação financeira incompatível perante do fisco federal’.

COM A PALAVRA, O MBL

O movimento afirmou à reportagem que nenhum dos presos na operação do MP-SP são do MBL.

COM A PALAVRA, OS PRESOS

A reportagem busca contato com Alessander Monaco Ferreira e Carlos Augusto de Moraes Afonso. O espaço está aberto para manifestações.

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