Prefeitos prometem acampar na frente do Palácio da Liberdade

Cerca de 40 prefeitos do Vale do Jequitinhonha e do Mucuri prometem acampar em frente ao Palácio da Liberdade, local de trabalho oficial do governador Fernando Pimentel (PT), para garantirem uma resposta e o repasse de verbas como o ICMS e os fundos de educação e da saúde que não estão sendo realizados. O ato está programado para o próximo dia 19.

Para o prefeito de Ponto dos Volantes, no Vale do Jequitinhonha, Leandro Ramos Santana (PSDB), a esperança é sair da manifestação com os recursos garantidos. "A gente já não tem mais condições de manter os serviços básicos do município. Nós vamos ficar até ter um posicionamento oficial seja do governador ou da Justiça", disse o prefeito que preside a União dos Municípios do Vale do Jequitinhonha (Umvale). 

De acordo com o prefeito, o município de Ponto dos Volantes, que tem cerca de 12 mil habitantes, tem mais de R$ 6 milhões para receber do Governo de repasses obrigatórios que ele entende ter sido "confiscado" pelo governador. 

A falta dos recursos colocam em risco o pagamento do 13º salário para os servidores da região, segundo o presidente da Umvale. "Nós temos 51 municípios aqui na região, 50 estão sofrendo com a escassez de recursos. Não tem como a gente prever nada, se continuar do jeito que está, ninguém consegue pagar o 13º", afirmou o chefe do executivo de Ponto dos Volantes que se lamentou por estar sendo praticamente obrigado a cancelar a festa de aniversário da cidade e as decorações natalinas. 

Com os cofres vazios, a solução que Santana encontrou foi de destinar toda a verba do município para o pagamento da folha, que hoje gira em torno de R$ 1 milhão. "Todos os recursos que entra, a gente usa pra pagar os servidores. Deixar um professor, um pai de família sem receber é muito cruel", disse.

Romeu Zema

O prefeito de Ponto dos Volantes disse que pretende se encontrar em breve com o governador eleito Romeu Zema (Novo). Como não poderia ser diferente, o tema principal do encontro vai ser a dificuldade das cidades devido aos constantes atrasos nos repasses de verbas. Outras pautas prioritárias para a região também vão ser abordadas.

"Sabemos que está muito difícil, mas a gente espera poder ser parceiro, que ele possa nos ouvir, já que o governador anterior (Pimentel) não quis ouvir ninguém. Nossas expectativas são as melhores possíveis para que ele faça um bom governo", declarou Santana que pretende se encontrar com Zema na próxima semana.