Guilherme da Cunha
Deputado estadual pelo Novo
Em entrevista ao Café com Política, da rádio Super 91,7 FM, o deputado estadual defendeu a inclusão de Estados e municípios na reforma que tramita no Senado.
Já são sete meses de governo e seis meses como deputado. Queria que o senhor fizesse um balanço desse primeiro semestre como deputado estadual.
O balanço é muito positivo. Foram seis meses de intenso trabalho, mas um trabalho feito com muito prazer, muita alegria. A gente tem uma preocupação muito grande de ouvir o cidadão, para acabar com essa coisa da política feita só nos gabinetes. Foram mais de cem reuniões presenciais que eu fiz com a população nesses primeiros seis meses e, com uma relação muito próxima do governo, tive condição de levar todas essas informações, sugestões e críticas que a gente colhe diretamente da população para dentro do governo.
Como ajudar quem é microempreendedor e quer montar um negócio próprio, em um Estado que ainda tenta encontrar uma forma de se restabelecer no setor econômico?
Minas tem um problema fiscal gravíssimo e precisa urgentemente equilibrar suas contas. É necessário que o Estado volte a crescer, e, para fazer isso, a gente precisa de investimento. O grande investimento tem vindo para Minas Gerais numa velocidade muito grande. Mas a gente tem uma multidão de pequenos empreendedores que também está louca para investir e que, muitas vezes, deixa de fazer isso porque é muita burocracia. Eu idealizei, ajudei a criar e hoje sou coordenador geral da Frente Parlamentar pela Desburocratização, uma iniciativa com apoio de 41 parlamentares que tem por objetivo simplificar a vida do cidadão, o ambiente de negócios, para que seja fácil abrir e manter uma empresa funcionando em Minas.
Na reforma da Previdência, Estados e municípios ficaram de fora. O que é mais importante, hoje, para Minas: a inclusão na reforma tributária ou a reinclusão na reforma da Previdência?
As duas soluções são muito importantes. A gente precisa de uma reforma tributária que contemple melhor os Estados principalmente porque, hoje, quase tudo que se arrecada fica com a União. Mas quem presta, na sua maioria, os serviços à população, são Estados e municípios. Mas a reforma da Previdência e a inclusão dos Estados é assunto de vida ou morte, para ontem. Minas tem hoje um déficit anual de R$ 12 bilhões e, quando se analisa a composição desse déficit, percebe-se que está basicamente tudo dentro da Previdência.
Se a reinclusão na reforma da Previdência não passar em Brasília, o senhor acredita que o governo terá força para passar aqui na Assembleia?
Ainda há espaço em Brasília: está sendo articulada a inclusão dos Estados e dos municípios no Senado por meio de uma PEC separada. Se não for feita em Brasília, certamente teremos que enfrentar o tema aqui na Assembleia e, dadas a urgência do momento e a profundidade do problema, tenho certeza de que ele seria analisado com a disposição de resolver.