Eleições 2022

Resolução de Bernie Sanders propõe que EUA rompam com Brasil em caso de golpe

Medida forçará o Senado a emitir nota de apoio ao eleito e exigirá da Presidência dos EUA rompimento de todos os laços com o Brasil, caso o país seja liderado por alguém que tome o poder de forma autoritária

Por Renato Alves
Publicado em 12 de agosto de 2022 | 10:34
 
 
 
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O democrata Bernie Sanders propõe uma resolução para impedir o governo dos Estados Unidos de apoiar o Brasil, caso o país seja liderado por regime ilegítimo, sejam quais forem os presidente das duas nações. 

O senador por Vermont teve a ideia por causa dos constantes ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL), ministros, parlamentares aliados e outros ao sistema eleitoral brasileiro e uma ameaça de golpe de Estado neste ano, que vem preocupando outros parlamentares norte-amerricanos e administração de Joe Biden

Com a aprovação da medida, chamada de Resolução Bernie Sanders, o Senado dos EUA mostraria oficialmente apoio à democracia brasileira e à realização de eleições livres e justas no pleito presidencial.

Sanders falou do projeto em uma entrevista ao site norte-americano Politico. Na conversa, o político afirmou que apresentará a resolução neste mês. A ideia, segundo ele, é apoiar o candidato que vencer as eleições presidenciais de forma justa e livre, independente do resultado. 

A resolução não só forçará o Senado a emitir uma nota de apoio ao eleito como também exigirá da Presidência dos EUA um rompimento de todos os laços com o Brasil, caso o país seja liderado por alguém que não aceite o resultado das urnas e tome o poder de forma autoritária.

“Seria inaceitável que os Estados Unidos reconhecessem e trabalhassem com um governo que realmente perdeu a eleição. Seria um desastre para o povo do Brasil e enviaria uma mensagem horrível para o mundo inteiro sobre a força da democracia”, afirmou Sanders.

A resolução proposta por Sanders, entretanto, é não-vinculante, ou seja, não implica em ações práticas obrigatórias. Na prática, são criadas para manifestar uma opinião conjunta da casa legislativa.

“Isso é um começo. É importante que o povo brasileiro saiba que estamos do lado deles, do lado da democracia e que podemos ir mais longe”, ressaltou o político norte-amerciacano.

Ele garantiu já ter apoio dos demais senadores democratas para a medida. Por outro lado, até agora, nenhum integrante do Partido Republicano se manifestou. Essa é a sigla de Donald Trump, que não aceitou o resultado das urnas que deram a vitória a Biden e ainda incentivou a invasão de seus apoiadores ao Capitólio, em uma tentativa de impedir os parlamentares de realizarem a sessão que formalizaria o reconhecimento da escolha dos eleitores norte-americanos. 

Há duas semanas, parlamentares dos EUA disseram que o deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do presidente brasileiro, pode ser incluído nas investigações sobre o sangrento episódio por ter se reunido com mentores da invasão do Capitólio dias antes do ataque. Eduardo também esteve com filhos de Trump na mesma ocasião.

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