O diretório municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) em BH terá o deputado federal Rogério Correia como candidato à prefeitura. A decisão aconteceu em plenária neste sábado (2/9). Apesar disso, uma coalizão com a federação Psol/Rede ou até mesmo com o prefeito Fuad Noman (PSD) não está descartada.
Conforme apurou a reportagem, o PT oficializou Rogério para ter um nome para representar a legenda em futuras negociações, que vão ocorrer com outros partidos até a campanha eleitoral. Correia era o principal cotado para ocupar o posto, que tinha também as deputadas estaduais Beatriz Cerqueira e Macaé Evaristo correndo por fora.
A oficialização aconteceu na sede da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em BH, situada no bairro Colégio Batista, região Leste da capital mineira. A presidenta da executiva nacional da legenda, a deputada federal pelo Paraná Gleisi Hoffmann, marcou presença no evento.
Ao chegar à plenária, Rogério Correia foi recebido com festa pelos petistas aos gritos de "Lula lá, e Rogério em BH" e "Lula lá, Rogério é aqui". Em sua fala no evento, Rogério Correia falou de propostas para a PBH. Ele disse que pretende criar o Parque Nacional da Serra do Curral, valorizar a educação e a saúde e trabalhar uma tarifa zero no transporte público. Também não descartou uma coalizão com outros partidos de esquerda. "Se possível, vamos compor com os partidos que fazem parte do governo Lula", disse.
Uma das cotadas para ser a candidata do PT em BH, a deputada Beatriz Cerqueira criticou aqueles que apontam uma eventual submissão dela a Rogério Correia, com quem faz dobradinha nas eleições legislativas. "Rogério, não é uma disputa para você disputar. É uma disputa para nós vencermos [...] Eu tive uma votação que sempre me surpreendeu na capital. Sempre me posicionei, o que faz as pessoas me olharem com radicalidade. Nós mulheres viemos para ficar no poder".
Já a deputada Macaé Evaristo, que também estava cotada, falou do seu "incondicional amor por Belo Horizonte" e disse que a cidade é a "cara da diversidade". "É pensando nisso, eu penso que é muita responsabilidade o caminho que estamos construindo. O companheiro Rogério Correia é um companheiro de longa data. Ele viu o que foi uma gestão do campo democrático-popular em Belo Horizonte", disse, referindo-se à gestão de Patrus Ananias na PBH nos anos 1990.
Para o vereador Bruno Pedralva (PT), a escolha pelo nome de Rogério Correia é importante para marcar território. "Ele tem condição, como Lula fez em âmbito nacional, de fazer a união e reconstrução da cidade. Agora, nenhuma porta pode ser fechada. Vamos conversar com o prefeito Fuad, com a nossa federação a partir do PCdoB e dos companheiros do PV, com a outra federação Psol/Rede e também com outros partidos de esquerda, como PDT e PSB", diz.
Já o também vereador Pedro Patrus entende que a escolha antecipada de Rogério, mais que um ano antes da eleição, é um aprendizado do PT. "Não podemos mais lançar candidato com 45 dias para a eleição, como aconteceu com o Nilmário (Miranda, atual secretário de Direitos Humanos do governo Lula), que é um nome histórico do partido, mas ficou prejudicado. Nós precisamos de apresentar um nome para a cidade e dialogar as propostas desse candidato com a cidade", afirma.
Além dos vereadores, de Rogério e Gleisi, a plenária contou com as presenças de sindicalistas, dos deputados federais Miguel Ângelo, Patrus Ananias e Odair Cunha e dos deputados estaduais Macaé Evaristo, Beatriz Cerqueira, Cristiano Silveira, Ulysses Gomes e Betão. O secretário de Direitos Humanos Nilmário Miranda e o presidente do PT de BH Guima Jardim também apareceram.
Contagem
Mais cedo, Gleisi também esteve em Contagem, na região metropolitana de BH, para oficializar a candidatura de Marília Campos à reeleição. Com três mandatos na cidade, o nome da ex-deputada já era figurinha carimbada. O entendimento interno do PT é de que Marília tem a aprovação até mesmo dos evangélicos, recorte da população que não costuma votar com a legenda.
"Nossa expectativa é eleger nossa prefeita no primeiro turno, com uma campanha de alta nível. Não temos nenhum candidato que consiga competir com esse projeto político construído aqui", afirmou a vereadora Moara, que foi líder de Marília por quase todo o mandato.