Belo Horizonte tem um novo vereador a partir desta segunda-feira (25). Conforme decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) desta quinta-feira (21), Wagner Messias, o Preto (União Brasil), voltará à Câmara de BH. Ele assume um mandato na reta final da legislatura, após a cassação da chapa do PROS por fraude à cota de gênero, o que fez os ex-vereadores Wesley Moreira (Progressistas) e César Gordin (Solidariedade) perderem seus mandatos. Além de Preto, Professora Nara assume a outra vaga.

Preto já teve cinco mandatos como vereador da capital mineira. A primeira eleição do parlamentar foi em 1997. Ele fazia parte da legislatura que se encerrou em 2020, quando não conseguiu a reeleição e ficou como primeiro suplente do partido Democratas, hoje União Brasil. Há quatro anos, ele recebeu 3.587 votos.

Preto chegou a ser líder do governo do ex-prefeito Marcio Lacerda (PSB) em 2013. A sua vida política sempre foi dedicada à área do transporte, por meio de uma base política construída na região Oeste da cidade, mais precisamente em bairros como Morro das Pedras, Prado, Barroca, Gutierrez, Nova Suíça e Gameleira.

Em 2015, a Justiça chegou a condenar Preto a pagar multa por erro na prestação de contas dos gastos com verba indenizatória da Câmara. A infração foi num valor equivalente a três salários do cargo de vereador. 

Entenda o caso

O PROS teve os votos anulados após o TSE entender que o partido lançou “candidaturas-laranjas” para fraudar a cota de gênero nas eleições municipais de 2020. Pela lei, cada partido ou coligação deve ter entre 30% e 70% para candidaturas de cada sexo nas eleições legislativas, com exceção do Senado Federal.

Entre as evidências, os magistrados destacaram o fato de que algumas das candidatas do PROS em BH tiveram votação próxima de zero ou até mesmo zerada, ou seja, nem mesmo elas apoiaram as próprias candidaturas. A ausência de campanha das supostas postulantes foi outro indício. 

Na decisão, os ministros também determinaram a cassação de todos os candidatos do PROS naquela ocasião, o que resultou na perda de mandato de César Gordin e Wesley Moreira. O TSE também decidiu pela inelegibilidade das oito mulheres utilizadas para lançar candidaturas falsas com o objetivo de burlar a lei.

No total, o PROS teve oito candidatas mulheres com menos de 10 votos: Naty Gomes (zero), Viviane Fonseca (dois), Bianca Angel (dois), Nayssa Lyere (dois), Cíntia da Van (três), Ket (quatro), Karine Migles (cinco) e Elaine Branco (oito).