A sessão especial do filme “Polícia Federal – A Lei É para Todos”, exibida com exclusividade para delegados e agentes da Polícia Federal em um shopping da capital, foi pano de fundo para que representantes saíssem em defesa da autonomia da corporação e da troca do comando por meio de indicação da lista tríplice.

Para diretor regional da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal, Tadeu Moura, há uma tentativa dos governos em influenciar nas atividades da corporação, o que impede o avanço de investigações contra a corrupção. “Hoje, da forma que está, o presidente ou os políticos podem fazer o que quiserem. Da forma como está, pode-se cortar o orçamento da polícia sem avisar, pode-se mudar a direção geral sem conversar com ninguém”, alertou.

Escolhido para integrar a lista tríplice ao comando da Polícia Federal, o delegado Rodrigo Teixeira ressaltou que defender a autonomia não é ter menos controle. “São coisas distintas. Vamos estar sujeitos ao controle do Tribunal de Contas da União (TCU), do Judiciário, ao acompanhamento do Ministério Público, mas precisamos trabalhar sem interferência política”, defendeu.

Também indicado para lista tríplice, o delegado Marcelo Freitas disse que “do mesmo jeito que ocorre com a PGR, que a Presidência possa seguir a lista tríplice em virtude da escolha efetivada por 1.300 delegados da Polícia Federal, que escolheram os três delegados da classe especial”, disse.

Frente tenta dar apoio à corporação

Um dos poucos parlamentares presentes na sessão de cinema, o deputado estadual Carlos Pimenta (PDT) criou em agosto a Frente Parlamentar em Defesa da Autonomia da Polícia Federal. A iniciativa visa apoiar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 412, de 2009, que estabelece a autonomia da corporação.

“Já estamos mantendo contato com deputados federais, já mandamos ofício às 853 câmaras municipais de Minas mostrando que é muito importante engrossarem esse movimento e se manifestarem a favor da Polícia Federal.