O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Assessoramento, Pesquisa, Perícias, Informações e Congêneres de Minas Gerais (Sintappi-MG), que representa cerca de 800 dos 1.100 servidores da BHTrans anunciou nesta quinta-feira (8) greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira (12). A categoria reivindica a manutenção do acordo coletivo firmado com a empresa de transportes.

 

A deliberação ocorreu em assembleia extraordinária na garagem da autarquia, no bairro Carlos Prates.

 

De acordo com Gilberto Pires, diretor administrativo do Sintappi de Minas Gerais, a BHTrans quer acabar com a segunda cláusula que determina um reajuste salarial para todos os servidores da empresa. “O que tem sido feito é reajuste só para o alto escalão e zero para os demais. Pedimos também a manutenção de todas as cláusulas do acordo”, afirmou.

 

O diretor sindical ressaltou que a paralisação não tem nenhuma ligação com a CPI que ocorre na Câmara Municipal de Belo Horizonte em que um dos objetos de investigação é a suposta irregularidade em contratos firmados pela empresa, além de apontar “exageros” no próprio acordo coletivo contestado.

 

A expectativa é de que 80% dos servidores sindicalizados façam parte da greve. Perguntado sobre quais impactos a paralisação pode trazer para a população, Gilberto Pires disse que o movimento espera não afetar o dia a dia dos moradores e usuários dos serviços da BHTrans. “O motivo nós temos aí para reivindicar os nossos direitos, mas não temos o intuito de prejudicar ninguém, a gente torce para que tudo ocorra bem, temos a PM e a Guarda Municipal para o apoio, e infelizmente a greve é ato de repúdio à empresa pela não concessão do acordo.  Não tem dia para acabar, é prazo indefinido e vamos esperar para ver se a empresa nos chama e tenta acertar com a gente”, afirmou.

Devem ser afetados os serviços de atendimento no BH Resolve, além de algumas intervenções operacionais.

 

Por meio de nota, a BHTrans informou que “como forma de contribuição para a gestão da pandemia, a orientação para todos os órgãos, secretarias e empresas públicas  da prefeitura de Belo Horizonte é a de não conceder reajustes salariais para os servidores e empregados públicos” e a medida está em conformidade com a lei complementar 173/2020. “A retirada da cláusula segunda do Acordo Coletivo de Trabalho é fundamental para dar seguimento ao plano de reestruturação e modernização da BHTrans”, pontuou.

 

Perguntada sobre o movimento de paralisação em si, a assessoria de imprensa afirmou que é necessário aguardar a adesão dos servidores para se manifestar.