A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) reforçou o coro de instituições de ensino superior que pressionam o governo federal e a bancada mineira para reverter os cortes de verbas previstos no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) 2024. De acordo com o reitor Heron Bonadiman, não há recursos suficientes para atender às necessidades da instituição de forma plena.
Ele afirma que devido à grande extensão territorial da universidade – que tem campus em Diamantina, na região Central; Janaúba e Teófilo Otoni, no Norte, e em Unaí, no Noroeste do Estado –, a situação de custeio é bastante delicada, já que, diferente do que ocorre com o orçamento, os contratos de prestação de serviço são reajustados de acordo com a inflação.
Na UFVJM, onde há 7.486 estudantes, o orçamento de R$ 311 milhões em 2023 recuaria para aproximadamente R$ 308 milhões neste ano. “Não conseguimos pagar o valor atualizado das bolsas institucionais compatíveis com o que a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) paga, a manutenção predial e da frota oficial estão seriamente comprometidas, além da aquisição de insumos e equipamentos para atividades prática e manutenção dos laboratórios, que têm sido feitas de forma paliativa”, explicou o professor.
Bonadiman reforça que o movimento em busca de recomposições é capitaneado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e pelo Fórum das Instituições Públicas de Ensino Superior do Estado de Minas Gerais (Foripes-MG).
“É possível que as universidades recebam uma emenda mais robusta do senador Rodrigo Pacheco, mas ainda não temos clareza de como será a distribuição desses recursos, além de haver uma tentativa de conversar diretamente com a Presidência da República, tudo por meio da Andifes”, comentou o reitor da UFVJM.
Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), que conta com mais de 14 mil estudantes, a redução estimada é de aproximadamente R$ 5 milhões em relação aos R$ 67 milhões do orçamento de 2023, situação considerada preocupante pelo pró-reitor de Planejamento e Gestão, professor Márcio Machado Ladeira.
O gestor mencionou que, na prática, os cortes prejudicam, por exemplo, a “compra de materiais para aulas práticas e o pagamento de auxílio para que os estudantes participem de congressos e de outras atividades, sem contar a falta de recursos para projetos de extensão, publicação de artigos científicos e para o pagamento de taxa de revisão, o que seria possível com um orçamento em condições adequadas”.
Ele ainda destacou a importância da mobilização liderada pela Andifes, que no ano passado, com apoio do Fórum Nacional de Pró-Reitores de Planejamento e de Administração das Instituições Federais de Ensino Superior (Forplad), assumiu as negociações das emendas parlamentares que a UFLA e que outras universidades conseguiram ao longo do ano.