O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), já avisou a políticos e a membros do primeiro escalão a dupla que vai ser responsável por sua articulação política. Após a saída de Bilac Pinto (DEM) do cargo de secretário de Governo, a função deve ficar com Igor Eto, que hoje é secretário geral do Estado. O próprio Igor confirmou a possibilidade a O TEMPO. No lugar dele, a expectativa é para a confirmação do nome do vereador de Belo Horizonte Mateus Simões (Novo). Mas, a pasta pode mudar de nome, passando a se chamar Casa Civil.
Segundo informações de bastidores, na tarde desta quinta-feira (12), Zema tem uma série de agendas com membros do partido Novo para ajeitar os últimos detalhes. O anúncio pode ocorrer ainda hoje.
O intuito é que o governo de Zema agora assuma mais “a cara do partido Novo”. Nesse sentido, o vice-governador, Paulo Brant, perde ainda mais espaço, já que se desfilou da agremiação.
Parlamentares ouvidos pela reportagem contaram que se o cenário se confirmar, a previsão é de a relação conturbada com o Executivo vai continuar. Isso porque há uma forte resistência dos políticos com o Novo, uma vez que sustentam que a legenda adota a visão de “velha política” quando se trata de outras agremiações.
Outro ponto que desagradou deputados estaduais é a possibilidade de fazer a articulação com Mateus Simões. Num grupo de WhatsApp de parlamentares da Assembleia de Minas, um político escreveu “um V E R E A D O R vai assumir articulação com os deputados?”.
Já a indicação de Igor Eto para a secretaria de Governo também é questionada. Outro deputado estadual disse, em caráter reservado, que a indicação de Igor "não faz sentido".
"Ele não tem condição nenhuma de assumir esse cargo. É um risco muito grande colocar uma pessoa que sempre sofreu muitas críticas por parte dos deputados como responsável por falar com estes deputados", disse.
Efeito cascata
Se a ida de Simões para o governo estadual for confirmada, isso muda o jogo para a Prefeitura de Belo Horizonte. Como ele é um dos nomes para a disputa eleitoral desse ano, a ida do vereador para o Executivo abriria espaço para Rodrigo Paiva ir para o pleito.
Dessa forma, diversas frentes do Novo seriam contempladas. Esse, inclusive, é o maior entrave para se confirmar definitivamente a dupla à frente da articulação política do Estado.