O governador Romeu Zema (Novo) confirmou, nesta segunda-feira (20), durante agenda em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, a hipótese de o jornalista Eduardo Costa (Cidadania) ser indicado como vice-candidato ao governo de Minas Gerais. O convite já havia sido confirmado pelo próprio radialista nesta segunda.

Ao ser questionado, Zema, a princípio, pontuou que as alianças são discutidas pelo secretário de Estado de Governo, Igor Eto. Depois, confirmou a possibilidade. “Existe essa possibilidade, sim, como existem outras também. É um nome que é cogitado, mas depende muito dele (Costa), do partido dele (Cidadania) e isso deverá ser definido nas próximas semanas”, projetou o governador.

Mais cedo, nas redes sociais, Costa, embora tenha admitido que está propenso a aceitar o convite, disse que é apenas uma possibilidade. “Demanda uma série de conversas políticas e entendimentos para ver se vai ou não. E, em princípio, eu disse que vou pensar, pensar muito, pegar com Deus e avaliar”, afirmou. O jornalista acrescentou que já pensava em dar um “timing” na carreira para “daqui a um ano, dois, no máximo, porque eu já cumpri o meu ciclo”.

Os entendimentos a que se refere Costa dizem respeito a PSDB e Cidadania. Caso o jornalista queira viabilizar a candidatura a vice, precisa convencer os tucanos a retirar a pré-candidatura do ex-deputado federal Marcus Pestana, o que já foi refutado, uma vez que PSDB e Cidadania estão federados. Na prática, ambos precisam se comportar como um só partido, ou seja, estar em uma mesma chapa na corrida para o governo.

Conforme apurou O TEMPO, o nome de Costa é tratado como um consenso dentro do Novo. O ex-secretário-geral de Estado Mateus Simões, cotado também para o posto, foi quem sugeriu o nome do âncora da Record e da Itatiaia para ser o vice-candidato. “Eu e Eduardo temos uma ligação antiga. Eu apresentei um quadro semanal no programa dele por quatro anos, de 2015 a 2019. Foi natural, para mim, ter sempre o nome dele dentre aqueles que poderiam somar com o governador”, explica Simões.

Questionado se, de fato, Costa seria um consenso, o ex-secretário-geral de Estado afirma que não pode falar em nome do Novo, mas acrescenta que o jornalista teria o seu apoio. “Trouxe o nome do Eduardo exatamente porque ele tem a mesma leitura da realidade que une a população ao redor do governador. Uma leitura de que muito ainda precisa ser feito para a política chegar onde queremos”, completa.

De acordo com Simões, Costa agregaria um “profundo conhecimento sobre a Região Metropolitana” à chapa. O argumento já havia sido apontado a O TEMPO pelo presidente estadual do Cidadania, o deputado estadual João Vítor Xavier. Segundo ele, o jornalista “conhece bem a grande BH e as cidades do entorno como Santa Luzia, Sabará, Nova Lima, Contagem, Betim e Ribeirão das Neves”. 

A Região Metropolitana é a única onde Zema não lidera as intenções de voto na corrida para o Palácio Tiradentes. De acordo com a rodada da pesquisa DATATEMPO realizada entre 27 de maio e 1º de junho, o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) tem 41,18% da preferência do eleitorado. Já Zema, 34,18%. A margem de erro da sondagem é de 2,19 pontos percentuais.