Preparador de goleiros do Atlético, Danilo Minutti falou com exclusividade a O TEMPO Sports sobre os segredos de Everson nas disputas de pênaltis. O camisa 22 do Galo brilhou em duas disputas nas últimas duas semanas, uma nesta quarta-feira (6/8), contra o Flamengo, garantindo a classificação do Galo na Copa do Brasil. O número de estudos chamou atenção.
Danilo afirmou que o segredo de Everson é estudo e dedicação ao trabalho. Com relação a pênaltis, principalmente em jogos com possibilidade de disputa, há uma pesquisa enorme do treinador de goleiros junto do auxiliar, Rafael César, e do CIGA. Os goleiros recebem os estudos e cada um tira suas conclusões. Depois, se reúnem e debatem até chegar em consenso.
“O segredo é muito simples: dedicação no dia a dia. A gente nunca abre mão do trabalho. Além do trabalho, a cobrança diária, ajustes, o que passa despercebido aos olhos do torcedor e da imprensa pra gente não pode passar”, disse Minutti a O TEMPO Sports.
Danilo revelou que, para o jogo contra o Flamengo, os treinadores e os goleiros fizeram uma reunião de cerca de 2h30, analisando 238 pênaltis de 23 batedores. Além da forma com que cada um bate, eles também estudam a sequência. Por exemplo, já sabiam que Arrascaeta abriria a disputa e Jorginho seria o terceiro.
“O Everson, o Delfim e o Átila adoram esse momento (de estudo e debate). Estudamos a vida deles em disputa de pênaltis. Tínhamos certeza que o Arrascaeta era o primeiro. O Jorginho, nas 15 disputas que ele teve, foi o terceiro em 90%”, afirmou ao programa.
Apesar da análise e de todo o estudo, Minutti revelou que nem sempre dá para chegar em algo definitivo. Ele deu o exemplo do próprio Jorginho, que, de 67 pênaltis, bateu 34 em um canto e 33 no outro. Ou seja, não tem um padrão exato.
O que Everson ouviu e o que ele disse pré-pênaltis
Contra o Flamengo, Minutti revelou que questionou Everson se ele queria rever algum vídeo dos batedores ou relembrar como algum deles batia: “Ele falou que tava tudo mapeado na cabeça. Falei com ele para concentrar, pois o Flamengo tinha jogadores difíceis”, disse o preparador.
Danilo Minutti ainda revelou que disse a Everson que ele teria que pegar um ou dois pênaltis, e o goleiro garantiu que defenderia, no mínimo, um - que foi exatamente o que ele fez.
Com relação aos jogadores de linha, Minutti revelou que só passa as informações do goleiro adversário caso os próprios façam o pedido. Para ele, é algo que pode ajudar ou atrapalhar os atletas que, por exemplo, tem lado preferido de cobrança.