E agora?

Retorno de Cazares: meia do Galo treina com a transição e gera dilema no clube

Com a lesão de Nathan, meia voltou à pauta: deve ou não ser reintegrado ao time principal?

Por Isabelly Morais
Publicado em 14 de agosto de 2020 | 14:25
 
 
 
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Trinta e cinco minutos. Este foi o tempo que Cazares esteve em campo pelo Atlético em 2020, no clássico contra o Cruzeiro, em março. Em uma temporada tumultuada, o equatoriano vem treinando com o time de transição do Galo e depende das escolhas do técnico Jorge Sampaoli para ser ou não reintegrado ao grupo principal.

Seu nome voltou à pauta especialmente pela baixa de Nathan. O meia, que tem sido referência no setor do Galo, sofreu uma lesão muscular no bíceps femoral da coxa esquerda, e o Atlético não informou o tempo previsto de recuperação. Tecnicamente, Cazares tem muito potencial para assumir a criação do time como um provável substituto. 

A questão, porém, vai muito além do aspecto técnico do meia, que é indiscutível. O comportanto de Cazares e seu retrospecto não só na temporada, mas na passagem pelo Galo, pesam no desejo de Sampaoli de usá-lo no grupo principal. O Super.FC resgatou alguns pontos que desenham o que foi a temporada do jogador até aqui.

Desejo de sair ainda com Dudamel

Cazares tem contrato com o Atlético até dezembro deste ano e demonstrou o desejo de sair antes mesmo de Jorge Sampaoli ser contratado. Ele realizou a pré-temporada normalmente no início de 2020, mas antes da estreia no Mineiro precisou de licença por alguns dias para realizar tratamento oftalmológico. 

Nesse tempo, o então técnico do Galo, Rafael Dudamel, contou sobre uma conversa que teve com o meia, em que ele expôs o desejo de sair. Ao retornar da licença, já imerso em negociações para deixar o clube, Cazares passou a treinar separadamente do grupo. 

O Al-Ain, dos Emirados Árabes, foi o clube que mais se interessou no meia, mas a proposta não agradou ao Atlético. O clube estrangeiro ofereceu cerca de 2,8 milhões de dólares (pouco mais de R$ 11,7 milhões na cotação da época). Com a chegada de Sampaoli, veio também a pandemia. 

Indisciplina e coronavírus

Durante a pandemia, o jogador se envolveu em polêmicas ao ser flagrado jogando uma pelada com Otero em Santa Luzia, na região metropolitana de BH, mesmo com as orientações de isolamento social. Depois, deu festas em sua residência, sendo multado pela prefeitura de Lagoa Santa. O jogador teve coronavírus e foi afastado 12 dias depois de retomar os treinos com o Atlético, em 31 de maio.

Cazares ficou mais de um mês se recuperando da Covid-19 e retornou em julho. O meia passou a trabalhar com a preparação física em separado e depois foi integrado ao time de transição do Atlético, comandado por Leandro Zago. Desde então, treina com a equipe de sparring.

Grupo focado e exemplo

O último treino de Cazares com o grupo de Sampaoli foi no dia 30 de maio e, por isso, o treinador ainda não teve a chance de usar o meia em nenhuma partida. O argentino é muito rígido, gosta de ter o grupo bastante focado com o propósito do trabalho em equipe e Cazares foi na contramão da disciplina em alguns momentos de 2020.

Uma possível reintegração do meia passa justamente pelo embate que seu histórico cria com o perfil de Sampaoli. Apesar de algumas pessoas internamente no Galo acreditarem que o treinador deve usar o equatoriano, especialmente com a ausência de Nathan, o argentino ainda é resistente a aproveitar Cazares.

Mercado de Cazares

A última proposta mais concreta por Cazares foi feita em julho pelo Al Itihaad, da Arábia Saudita. O clube ofereceu 500 mil dólares para contar com o meia do Galo, mas o valor não agradou nem um pouco à diretoria atleticana. Detalhe é que o Galo recusou quase 3 milhões de dólares antes da pandemia pelo equatoriano, uma grande desvalorização em cerca de seis meses.

Como Cazares tem contrato com o Galo até o fim do ano e o Atlético não fala em renovação, ele já pode assinar um pré-contrato com alguma equipe, mas sua apresentação seria apenas em janeiro de 2021 ao novo clube. Até então, o Atlético não consguiu um valor que considera suficiente para liberar quem, há pouco tempo, era o camisa 10 e destaque do time.

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