Às 23h52 do dia 30 de maio de 2013 a torcida do Atlético viu o goleiro Victor se consagrar como santo, isolando a bola com o pé esquerdo. A Libertadores, vencida pelo Galo naquele ano, tem páginas memoráveis, que fizeram tudo ser construído de forma mágica, mas a histórica defesa de São Victor merece destaque. Nesta terça-feira (30), a torcida comemora e relembra o aniversário daquela noite de alívio.

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Aos 45 minutos do segundo tempo, o Galo empatava por 1 a 1 com o Tijuana-MEX, na Arena Independência, e garantia a classificação à semifinal da Libertadores. A equipe adversária estava no ataque e Leonardo Silva cometeu um pênalti. O Horto ficou em silêncio. O futuro do Galo na sonhada competição estava nas mãos de Victor.  

Depois da cobrança de Riascos, a torcida descobriu que, na verdade, o pé esquerdo do goleiro que carregava toda responsabilidade. O chute do Tijuana balançaria as redes do Atlético e eliminaria o Galo da competição continental, mas não era o momento. Praticamente todo atleticana e atleticano lembra o que estava fazendo naquele dia e horário. 

Do Horto 

“10 anos do dia que a respiração do atleticano parou”, é assim que a torcedora Aline Medeiros lembra do momento que consagrou São Victor. Professora em Belo Horizonte, Aline estava no Independência no louco dia 30 de maio de 2013 e lembra exatamente de cada sensação que teve durante o jogo. A torcedora conta que os minutos que antecederam a cobrança foram os piores da vida dela. Depois, veio o alívio. 

"Quado o pênalti foi marcado, um silêncio horrível. Eu só pensava: 'meu Deus, de novo? Por que?' Eu fechei os olhos e rezei… O pior foi o silêncio. Nunca tinha visto nada igual. Quando abri os olhos e vi aquela bola voando pra longe do gol eu não sei descrever o que senti. Ali tive certeza de que toda maldição estava sendo quebrada. Eu posso dizer que vi a santificação de um goleiro e a redenção de uma massa tão sofrida", contou.  

Em casa

No Indepa, apenas 20.988 torcedores tiveram sorte e viram de perto a histórica defesa de São Victor. A maioria dos alvinegros acompanhou à distância, mas o sentimento foi compartilhado. É o caso da arquiteta Samila Leles. A torcedora assistiu ao jogo em casa, ao lado da família, em Ipatinga, no Vale do Aço, e lembra bem das sensações que aquele jogo contra o Tijuana trouxe.

Quando a partida já estava empatada por 1 a 1, a atleticana estava tão nervosa, que decidiu ir para o quarto. Samila contou à reportagem de O Tempo Sports que estava com o coração disparado e precisava relaxar um pouco. No momento da defesa de Victor, ela pensou até que tinha saído um gol do Galo, tamanha a comemoração dos familiares.

“Fui deitar longe daquilo, porque eu estava sentindo que meu coração ia ter um troço. Já deitada, escutei minha família gritando, comemorando. Eu não sabia o que era e levantei gritando ‘gol’. Quando cheguei na sala, eles estavam olhando pra minha cara sem entender, porque, na verdade, era o momento da defesa do Victor, não tinha gol. Até hoje todo mundo ri de mim, porque eu gritei gol na hora da defesa”, lembrou Samila. .