Wagner Antônio Pires de Sá, ex-presidente do Cruzeiro, teve mais de R$ 25 mil bloqueados pela Justiça por conta de uso indevido de cartão corporativo do clube. A decisão foi tomada neste mês pelo juiz Fernando Lamego Sleumer, da 30ª Vara Cível de Belo Horizonte.

Conforme a Justiça, ficou comprovado que o mandatário da associação entre os anos de 2017 e 2019 solicitou a um funcionário da Raposa que comprasse um terno de grife no valor de R$ 10 mil. A compra foi efetuada com um cartão corporativo.

O valor, que cresceu aproximadamente 150% devido a correções, será pago através do bloqueio de parte de sua aposentadoria. "Determino que o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) proceda ao bloqueio mensal de 20% sobre os proventos líquidos da parte executada, até o pagamento total da dívida", disse o magistrado.

Na época, sua defesa alegou que os gastos eram em prol do Cruzeiro. Ela irá recorrer da decisão.

Histórico

Wagner Pires de Sá foi eleito presidente do Cruzeiro Esporte Clube para o triênio 2018-2020 e teve um início de gestão marcado por títulos: da Copa do Brasil de 2018 e do Campeonato Mineiro de 2019. Mas durante essa segunda temporada sua situação ficou complicada.

Em meio à campanha do primeiro rebaixamento à Série B da história do time celeste, ele e seu então vice-presidente, Itair Machado, foram apontados como os principais culpados pela situação financeira calamitosa da instituição. Em 2020, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) o denunciou por crimes como lavagem de dinheiro, apropriação indébita, falsidade ideológica e formação de organização criminosa.

A denúncia apontava um rombo de R$ 6,5 milhões nos cofres do Cruzeiro. Há diversos inquéritos correndo na Justiça. Em 2022, Wagner foi expulso do quadro de membros do Conselho Deliberativo da associação.