Após a eliminação do Cruzeiro da Copa do Brasil para o CRB, em empate por 1 a 1, no estádio Rei Pelé, em Alagoas, o presidente Sérgio Santos Rodrigues veio a público expressar sua indignação com a forma que a delegação do Cruzeiro foi tratada pelo time alagoano. O dirigente ressaltou a boa convivência que preza com os rivais, mas elencou vários fatores que aconteceram no Rei Pelé, dentre eles o pênalti não assinalado em Maurício após dividida com Victor Souza, na etapa inicial.   

"Quero registrar o que aconteceu aqui hoje, teve um episódio lamentável que eu relatei no jogo contra a Caldense, e hoje aqui foi da mesma forma. Embora a diretoria do Cruzeiro, e eu continuarei assim porque sempre prezo por um futebol melhor [...] tenha chegado e procurado a diretoria do CRB para poder me apresentar, conversar, para poder desejar um bom jogo como a gente sempre faz, isso é uma obrigação do mandante, lembro que a gente perdeu a partida para a Chapecoense, no Mineirão, a primeira coisa que eu fiz após a partida foi ir até a diretoria do time catarinense e dar os parabéns pelo jogo que eles fizeram e mereceram ganhar, acho que isso faz parte do futebol. Infelizmente não foi o que aconteceu aqui hoje. Nosso diretor André Argolo, no meio do jogo, já foi protestar na CBF porque o que vimos aqui hoje foi o antijogo desde o começo, um pênalti claríssimo não marcado, toda a televisão que transmitiu falando isso para nós", disse o dirigente.

Um outro lance citado pelo cartola cruzeirense quanto à arbitragem foi uma subsituição não autorizada. 

"Além do pênalti, outro fato interessante, na hora que o Enderson foi substituir dois jogadores ao mesmo tempo, o árbitro manda um jogador entrar e depois o outro. Então queima, sim, uma substituição nossa. Segundo o Enderson, o árbitro até falou que errou, 'sou humano'. Mas calma aí, com todo o respeito, você queima uma subsituição do time em um momento desses. Esses erros não podem acontecer", citou. 

Indignado, Sérgio Santos Rodrigues afirmou ainda que o CRB fez questão de molhar apenas o lado de campo de defesa do Cruzeiro. O gol de Léo Gamalho veio em um escorregão de Léo. 

"No intervalo de campo, absurdamente, quem assiste futebol pode ver isso, o adversário veio bater bola do lado nosso para molhar tão somente o nosso campo de defesa, o lado do ataque deles e fatalmente o gol que eles fizeram foi em um escorregão do Léo. Isso foi reclamado durante o jogo, foi levado ao representante da CBF aqui. Acho isso um extremo antijogo, você molhar só o campo de ataque seu e o de defesa do adversário, ainda mais quando isso acarreta o gol, foi o que aconteceu", apontou o presidente.

Sérgio Santos Rodrigues ainda disse que as luzes do vestiário do Cruzeiro estavam apagadas quando o time se driigiu para o intervalo. Para se locomover no espaço, os atletas tiveram que usar as lanternas dos celulares. Ainda segundo o dirigente, todas as reclamações foram repassadas aos responsáveis pela CBF, como o presidente Rogério Caboclo. 

"Nós não esperamos o pior acontecer para reclamar, no próprio intervalo, o nosso diretor foi até à diretoria da CBF falar isso, foi relatado ainda que quando nosso time chegou ao vestiário, as luzes estavam apagadas. Os jogadores tiveram que se locomover e conversar com lanternas de telefones celulares. Isso é a coisa mais baixa que pode existir. Isso me lembra dos jogos de Libertadores, quando cortam água quente do estádio, que pintam os vestiários para o jogador ficar respirando tinta tóxica. Enfim, quando você chega ao vestiário para o momento de descanso e conversa e não ter luz no vestiário, isso é um absurdo no futebol brasileiro em pleno 2020. Eu mandei uma mensagem de protesto para o presidente da CBF (Rogério Caboclo) e para o secretário (de competições) Walter Feldman, que eu visitei nesta semana, para o vice-presidente Castellar (Neto), para o vice-presidente jurídico Carlos Eugênio, já estamos relatando tudo, vamos mandar para a CBF, vamos mandar para o STJD porque é um absurdo a forma como fomos tratados aqui hoje", lamentou o cartola cruzeirense, que ainda lamentou a postura de possíveis membros da diretoria do CRB. 

"Tiramos fotos e mandamos. Só existem 42 pessoas que podem ser cadastradas por delegação, então a gente vem basicamente com três, quatro membros da diretoria, fora o futebol, que já tem uma comissão grande. Mandamos uma foto que a gente viu mais de 20 pessoas situadas na arquibancada torcendo, agindo realmente como torcedor e não como diretoria. O tempo inteiro fazendo pressão, hostilizando diretor nosso, nossos jogadores, desrespeitando claramente isso. Ao fim, quando o jogo terminou, nossa diretoria foi trancada com corrente e não deixaram a gente sair para voltar ao vestiário. Vamos mandar isso porque eu falo sinceramente, quem me conhece sabe do meu perfil, eu não sou de reclamar. Quando a gente perde e perde na bola, eu dou o parabéns, como a gente fez no jogo contra a Chapecoense. Mas é um absurdo o que aconteceu hoje. Sabe o dia que o futebol brasileiro vai mudar? Nunca com o que foi feito por aqui", criticou Sérgio Santos Rodrigues. 

O Cruzeiro agora volta suas atenções para o clássico contra o América, no Mineirão, no próximo sábado, quando o clube retorna à Série B. O jogo acontece às 21h, e é válido pela sexta rodada da segunda divisão. O time estrelado vem de dois tropeços, derrota para a Chapecoense por 1 a 0, e empate com o Confiança por 1 a 1, e busca se reabilitar.