Muito criticado pela torcida do Cruzeiro no ano passado, o zagueiro Eduardo Brock, de 31 anos, 'virou a página' e se transformou nesta temporada em um dos pilares da defesa celeste sob o comando do técnico Paulo Pezzolano. E nas vezes em que ele não pode atuar, o desempenho da Raposa caiu drasticamente.

Até aqui, Brock tem sido um dos atletas mais escalados por Pezzolano: das 33 partidas do time celeste, atuou em 28: foram 22 vitórias, um empate e cinco derrotas. Desta forma, com ele em campo, o time teve 82,7% de aproveitamento.

Já nas cinco vezes em que Brock não atuou, o Cruzeiro teve desempenho de apenas 26,6%. Sem o 'xerifão', o time venceu o Tombense, empatou com o Villa Nova e perdeu para o Patrocinense, pelo Campeonato Mineiro, e também foi batido por Remo, na Copa do Brasil, e Vasco, pela Série B do Brasileiro.

Nos duelos pelo Estadual, Brock havia sido apenas poupado por Pezzolano, assim como boa parte dos titulares. Já diante de Remo e Vasco, o zagueiro cumpria suspensão automática.

O bom desempenho na temporada foi beneficiado principalmente pela utilização do esquema com três zagueiros, quando passou a atuar mais pelo setor esquerdo, tendo a 'cobertura' de Oliveira, que atua mais centralizado. Zé Ivaldo faz o lado direito.

Com esta formação o time celeste tem se mostrado quase 'infalível' na Série B do Brasileiro, especialmente quando atua em seus domínios. Nos oito jogos que fez em casa, foram oito vitórias, com apenas um gol sofrido (na vitória de 2 a 1 sobre o Sport na última rodada).

Com a tranquilidade do novo contrato assinado com o Cruzeiro, no dia 21 de abril, o zagueiro canhoto de 1,86m, tem agora a oportunidade de 'pulverizar' seus próximos números em comparação com a temporada passada.

Em 2021, após ser contratado junto ao Ceará, Brock fez 32 partidas pelo Cruzeiro na temporada: foram 12 vitórias, 15 empates e 5 derrotas, com aproveitamento de apenas 53%.

Durante todo o ano, balançou as redes adversárias apenas diante de Coritiba e Remo e levou cinco cartões amarelos e um vermelho (no clássico com o América, pelo Estadual).

Já neste ano, com o 'peso' de ser um dos poucos remanescentes de 2021, Brock tem números muito superiores: 22 vitórias, um empate e cinco derrotas, com 82,7% de aproveitamento.

Mesmo com menor número de jogos disputados, Brock já marcou os mesmos dois gols de toda temporada passada: um deles em cobrança de falta diante de Athletic, pelo Mineiro, e outro, de pênalti, sobre o Tombense, pela Série B. Por enquanto, foram quatro cartões amarelos e um vermelho (diante do Tuntum, pela Copa do Brasil).

Se for confirmado por Pezzolano para o jogo diante do Vila Nova nesta sexta-feira (1), às 21h30, no Mineirão, pela 16ª rodada da Série B, Brock completará a marca de 60 jogos pelo Cruzeiro. O que já pode ser visto como um grande feito para um jogador que foi dos mais criticados do elenco celeste nos últimos anos.
 

Brock no Cruzeiro
Em 2021: 32 jogos (12V, 15E, 5D) - 53,1% de aproveitamento
Em 2022: 28 jogos (22V, 1E, 5D) - 82,7% de aproveitamento
Total: 60 jogos (34V, 16E, 10D) - 65,5% de aproveitamento

Cruzeiro sem Brock em 2022:
1 vitória, 1 empate e 3 derrotas - Aproveitamento de apenas 26,6%