Aos 24 anos, o lateral-direito Orejuela pode ser considerado uma das mais acertadas investidas do Cruzeiro em um 2019 marcado por altos e baixos. O Super.FC conversou com o lateral celeste e, nesta entrevista exclusiva, ele revelou mais de sua história e ambições na carreira.
Confira o bate-papo com o lateral celeste
Como era a vida do garoto Orejuela pelas ruas de Cali? Seus sonhos, sua infância, o convívio com a família e amigos?
Meu bairro em Cali se chama Villablanca. Sempre me chamavam lá de Macuto, um apelido que eles me deram e as pessoas, por lá, me conhecem assim desde pequeno. Minha vida sempre foi o futebol. Sempre sonhei em ser jogador profissional, jogar no Deportivo Cali, que sempre foi meu clube desde a infância, foi o time que me levou a conhecer o futebol e também me fez despontar nessa carreira. Tenho dois irmãos, uma mulher e um homem, eu sou o menor, o mais novo. Sempre vivi com eles, meu pai, Miguel Ángel (50) e minha mãe, Maria Norma (43), que sempre estão me acompanhando aqui no Brasil. Eles vieram me visitar, estiveram na partida contra o São Paulo e me falaram que o Brasil é muito lindo
E qual a emoção de seus pais ao ver o filho sendo um dos destaques do futebol brasileiro e acumulando convocações para a seleção colombiana?
Eles estão muito emocionados ao verem que a torcida do Cruzeiro cada vez gosta mais de mim, por saber do carinho que cada torcedor demonstra com a minha pessoa. Isso, para eles, é um motivo de muito orgulho. Agora que estou sendo convocado para a seleção, é uma felicidade ainda maior para eles.
Você e sua família chegaram a passar dificuldades em Cali e como você se sente hoje podendo ajudá-los?
Venho de uma família muito humilde, tivemos muitas necessidades, mas meu pai, que era motorista, e minha mãe, dona de casa, sempre foram muito responsáveis. Sempre apoiaram muito a minha carreira. E, graças a Deus e a eles, estou onde estou. Hoje, se eu não necessito de nada, é graças aos meus pais. Eles me deram oportunidade de estar onde sempre quis estar e ser um jogador profissional. Devo tudo ao esforço deles, e poder ajudá-los para mim vai ser sempre especial.
Como você analisa sua trajetória no futebol até a chegada ao Cruzeiro?
Depois de ter iniciado na Escuela Recuerdos de Olimpia, do professor Edgar Mora, cheguei às categorias de base do Deportivo Cali aos 15 anos. Com 17 para 18, fiz minha primeira partida como profissional. E daí fui convocado para a seleção colombiana Sub-20. Pouco a pouco, fui evoluindo. Fui superbem no Deportivo Cali, tendo boas atuações, chamando a atenção de alguns clubes, e daí eles me venderam ao Ajax. Fiquei cerca de um ano e meio na Holanda, onde as coisas não saíram da melhor forma, mas vim para o Cruzeiro este ano e, graças a Deus, estou indo muito bem. Espero que continue assim.
Por que a escolha pelo futebol brasileiro e como tem sido desfrutar do jogo que é praticado aqui?
Eu sempre quis vir jogar no Brasil, pela qualidade do meu futebol e porque é um lugar onde se joga um futebol muito rápido. Aqui, no Brasil, gosta-se muito dos laterais que vão ao ataque, uma característica que eu possuo. Por isso, acho que me encaixei bem aqui.
Você, rapidamente, ganhou o carinho da torcida do Cruzeiro. Chegou até a retribuir isso dando uma camisa para uma torcedora após um jogo. Como tem sido essa relação com os cruzeirenses?
Desde que cheguei ao Cruzeiro, a torcida me recebeu da melhor maneira e mostra muito carinho para comigo. Estou muito feliz neste clube, com essa torcida. Espero poder ficar muito tempo aqui e poder conseguir muitos títulos, presentear esses torcedores que me receberam tão bem com muitas taças.
O povo quer saber: Orejuela fica ou não no Cruzeiro?
O Cruzeiro mostrou interesse para que eu fique aqui. Estamos trabalhando nesse tema com meu representante e com o clube que detém meus direitos. Espero que tudo saia da melhor maneira para poder ficar e desfrutar desse clube, que é muito lindo. Quero ficar aqui. Gosto muito de estar aqui, da forma como as pessoas me acolheram, gosto desse país. Para mim, o Brasil é muito similar à Colômbia, então quero ficar aqui.
E o que falar de Belo Horizonte? Já conhece muito da cidade? Lembra Cali em algum aspecto?
Eu ainda conheço muito pouco daqui, mas o pouco que saí, como te disse, parece ser muito similar à Colômbia. É uma cidade muito tranquila. Posso estar na rua tranquilo, sem ser incomodado. É o que mais gosto daqui: a tranquilidade, o clima, é uma cidade muito bonita e de um povo muito hospitaleiro.
Pelo pouco que a gente conversa com você dá para perceber uma pessoa bastante calma e tranquila. Como é a personalidade do Orejuela e o que você gosta de fazer no tempo livre?
Sou muito focado no meu trabalho. Quando estou disputando uma competição, procuro me cuidar da melhor maneira para quando as partidas chegarem eu possa fazer as coisas bem. Sou um homem que gosta muito de estar em casa, com minha família, com minha namorada Valentina, desfruto muito com eles o momento que estou vivendo. Gosto de jogar PlayStation, “Fifa”, conversar muito com minha namorada, passar muito tempo com ela. Ficar na piscina, escutando música. Gosto muito de reggaeton, da salsa que tem em Cali. Gosto de todos os cantores de reggaeton, mas eu escuto muito o Osuna, um dos meus favoritos.
Quem são seus maiores ídolos no futebol mundial e referências do seu futebol?
Dani Alves e Marcelo são grandes jogadores. Trato de me identificar muito com o Daniel Alves porque é um jogador que gosta muito de ir ao ataque, defende muito bem e é minha inspiração no futebol. Para mim é um sonho poder estar atuando na mesma liga que um dos grandes, porque, para mim, Daniel Alves é um dos maiores jogadores do futebol, historicamente falando. Deus queira que eu tenha a oportunidade de estar em um possível confronto contra o São Paulo para poder encontrar o Dani Alves.
Suas convocações para a seleção colombiana vêm se acumulando. Como você avalia essa sequência, principalmente sob o comando do português Carlos Queiroz?
Tenho tido mais oportunidades de poder defender a seleção colombiana. Então, eu creio que preciso continuar fazendo as coisas bem, aqui no Cruzeiro, para poder ser lembrado. Creio que, trabalhando dia a dia, demonstrando meu bom futebol, vou ganhar um posto na seleção e mostrar todo meu potencial no futebol mundial.
E no Cruzeiro? Parece que você deixou o Edilson para trás. Se sente o dono da posição? Está mais estável dentro dessa disputa?
Não me sinto titular aqui. Sinto que dia a dia eu trabalho da melhor forma, dou o melhor de mim para que o professor tenha a oportunidade de contar comigo, com meu 100%. Há uma competição muito sadia com o Edilson. Cada um tem o seu futebol, mas aqui necessitamos de todos e todos unidos vamos conseguir os objetivos do Cruzeiro.
E tem um melhor companheiro dentro do elenco do Cruzeiro?
Meu colega de quarto é o Jadson, mas, para mim, todos são os meus melhores companheiros. Rio com todos. Claro que, para mim, é sempre mais cômodo conversar com o Ariel (Cabral) por conta do espanhol, apenas restou eu e ele no elenco. Mas estou tratando de aprender o português, já consigo entender muito, mas para mim todos são os meus melhores companheiros.
Quais são seus objetivos na carreira? Sabemos que você é um jogador bastante novo, mas, por seu foco, algumas ideias bastante definidas passam à sua mente. Quais são elas?
Meu sonho é conseguir uma Copa Libertadores com o Cruzeiro. Com a minha seleção, desejo ir ao Mundial e, quem sabe, ser campeão do mundo. Estes são os meus sonhos, minhas metas. Mas o meu primeiro objetivo é aqui, o Cruzeiro, e depois ir a alguma equipe grande da Europa.
Qual a mensagem que você deixa para a torcida do Cruzeiro, que acreditou muito neste time no início de temporada, mas vem vendo situações complicadas fora de campo e também dentro de campo, com o time necessitando de uma virada na Copa do Brasil e passando dificuldades na tabela de classificação do Campeonato Brasileiro?
Que tenham confiança nos jogadores e na comissão técnica. Vamos conseguir muitas coisas, estamos trabalhando cada dia mais forte para conseguir o que queremos. Agora temos uma linda oportunidade na Copa do Brasil, e eu sei que vamos mudar as coisas. Temos elenco para isso. Vamos fazer uma virada, ser campeão novamente e chegar muito longe no Brasileirão. O torcedor pode confiar nesse grupo