A ideia de que a Copa do Mundo de 2026 poderia ser transferida para o Brasil caso os Estados Unidos, um dos países-sede, ao lado de México e Canadá, entrassem em guerra com o Irã ganhou força nas redes sociais nos últimos dias. A teoria, que circula como se tivesse respaldo no estatuto da Fifa, é falsa: não há nenhuma regra oficial que trate de situações como essa.

Segundo o boato, existiria uma cláusula determinando que, em caso de conflito armado no país anfitrião, o torneio retornaria automaticamente à sede anterior. A narrativa alega que a última sede, o Catar, onde bases americanas foram recentemente atacadas pelo Irã, estaria fora de cogitação pela proximidade com o Irã. Já a Rússia, que sediou a Copa de 2018, também seria descartada devido à guerra na Ucrânia.

A teoria aponta o Brasil como última sede "viável" para realização. O país já foi sede de duas Copas do Mundo masculinas, sendo a primeira em 1950 e a mais recente em 2014.

O que diz a Fifa

Na realidade, o estatuto da Fifa não prevê transferências automáticas de sede por motivos geopolíticos. O documento estabelece que a entidade deve se manter neutra em questões políticas e religiosas, embora possa agir em casos excepcionais –como fez ao suspender a seleção russa após a invasão à Ucrânia. Ainda assim, essas decisões são tomadas caso a caso, sem diretrizes automáticas.

Enquanto isso, os preparativos para a Copa de 2026 seguem normalmente nos três países da América do Norte, que vão sediar a primeira edição do torneio com três países anfitriões. Atualmente, os Estados Unidos recebem o Campeonato Mundial de Clubes, com participação do Botafogo, Flamengo, Fluminense e Palmeiras.

Para os brasileiros que sonham com outro Mundial em casa, as oportunidades reais estão em dois eventos futuros: o Brasil já foi confirmado como sede da Copa do Mundo Feminina de 2027 e também apresentou candidatura para receber o novo Mundial de Clubes da Fifa em 2029.