A invencibilidade do Itambé Minas no returno da Superliga feminina, aliado ao título do Sul-Americano de clubes, passa diretamente pela presença de uma dupla que conquistou a titularidade recentemente. Foi no dia 4 de fevereiro, em confronto contra o Pinheiros (SP), fora de casa, pela 4ª rodada do returno, que o técnico Nicola Negro promoveu a estreia da ponta búlgara Rabadzhieva. No mesmo duelo, a experiente oposta Sheilla, de 33 anos, começou a atuar entre o sexto inicial, ocupando a vaga de Bruna Honório.

Nesta terça-feira, o Minas volta a jogar pela Superliga, pela penúltima rodada do returno, diante do Osasco Audax (SP), fora de casa, às 20h, com transmissão do globoesporte.com. A equipe de BH está na vice-liderança, dois pontos atrás do rival Dentil Praia Clube. O elenco de Uberlândia recebe o Flamengo, que briga para não ser rebaixado, às 19h30, com transmissão do pay-per-view da CBV.

Depois das três vitórias na rodadas anteriores ao confronto contra as paulistas, o Minas engrenou a quinta marcha para encontrar um padrão mais alto com as duas atacantes. "Com a chegada de Dobriana, o time encontrou um maior equilíbrio técnico. O uso mais frequente de Sheilla na segunda parte da temporada certamente nos deu mais experiência e solidez em alguns momentos importantes dos jogos. Mas, em geral, o time tem mantido um caminho de crescimento ao longo da temporada", comenta o treinador italiano.

A rápida adaptação da ponta, que dá importante suporte na recepção, não surpreendeu Nicola, que não pensou duas vezes para aprovar sua contratação quando a oportunidade de mercado surgiu. "Conheço Dobriana há muitos anos. Nós sabíamos do seu valor, ela estava jogando na liga chinesa até alguns dias antes de chegar em Belo Horizonte. A decisão de mudar a segunda peça estrangeira no meio da temporada foi tomada apenas porque o mercado nos apresentou a possibilidade de contratar uma jogadora muito experiente e tecnicamente sólida. Buscávamos encontrar um equilíbrio maior como time", justifica o comandante.

Evoluindo

Sheilla, após o título do Sul-Americano, reconheceu seu crescimento e afirmou que está perto de 70% da condição que pode chegar. Mesmo ainda com a parte física sendo aprimorada, a qualidade técnica nunca se perdeu e já foi bastante útil ao Minas na série invicta que a equipe apresenta no atual momento da temporada.

"Estamos falando de uma grande campeã, mas devemos ter em mente que ela veio de três anos de inatividade. Na primeira parte da temporada, se ela jogou menos, foi por uma situação física e não técnica. Tivemos a paciência de esperar, sabíamos que ela voltaria a ser protagonista. Felizmente, também temos Bruna disponível, elas são duas opostas de alto nível e isso nos permite variações técnico-táticas interessantes. Acredito que a Sheilla ainda pode crescer ainda mais", comenta Nicola.

No último jogo, contra o Bauru, a bicampeã olímpica não começou bem a partida e foi logo substituída por Honório, que teve a última temporada como a melhor da sua carreira. As duas opções deixam Nicola com alternativas interessantes para diferentes momentos das partidas. Com os play-offs se aproximando, ter todas as atletas prontas para fazer a diferença pode ser um gatilho que permitirá que a equipe siga avançando de fase, rumo ao objetivo de repetir a dose da última Superliga quando chegou ao título.