Terminou na polícia uma confusão que ocorreu no jogo de número dois da semifinal da Superliga Feminina entre Minas e Osasco, na noite de sexta-feira (12). Membros da comissão técnica da equipe paulista se revoltaram e foram para cima de funcionários da Federação Mineira de Vôlei (FMV). O time visitante havia reclamado da arbitragem em diversos momentos da partida.

Após o fim do jogo, que terminou em 3 x 1 (25/23; 25/18; 15/25 e 37/35) e confirmou a classificação do time mineiro à final do torneio nacional, alguns integrantes da comissão do Osasco teriam tentado agredir o delegado da FMV e o responsável pela operação do árbitro de vídeo (VAR). A Polícia Militar (PM) foi acionada e enviou efetivo ao ginásio.

Vias de fato

Conforme explicou à reportagem o cabo Júlio, da sala de imprensa da corporação, quando a guarnição chegou ao local, os solicitantes tinham ido embora. Consta no boletim de ocorrência, registrado como "vias de fato", que o técnico do Osasco, Luizomar de Moura, atravessou a quadra após o fim da partida, dirigiu-se ao equipamento do VAR, no qual estava o operador, e deu tapas na estrutura de acrílico, proferindo palavras como "merda" e "babaca".

Ignorado pelo membro da arbitragem, o comandante da equipe paulista teria passado pela barreira das placas de publicidade e acessado a área de trabalho do VAR, onde continuou as agressões verbais. Ainda segundo o documento policial, a confusão ganhou proporções maiores, com chutes e empurrões entre os membros da comissão técnica paulista e integrantes da arbitragem.

Seguranças do Minas tiveram dificuldade para separar o tumulto, ainda conforme o boletim, e contaram com apoio da atleta Thaisa, do Minas, que também tentou separar a confusão. A equipe do clube mineiro não se envolveu na briga. A torcida da casa reagiu xingando os visitantes com gritos como "timinho'.

"Deixa os meninos resolverem"

Ainda segundo o boletim de ocorrência, a equipe de segurança foi impedida pelo treinador do Osasco de chegar ao núcleo do tumulto. O técnico teria dito ao segurança: "Você não vai lá, não. Deixa os meninos resolverem". A briga só foi apartada quando um dos membros da comissão técnica paulista deu um chute na perna do delegado da partida, ainda segundo o documento policial. 

O caso foi registrado na segunda delegacia de Polícia Civil, no centro da capital mineira, e deve ser investigado pela corporação.

Respostas

Procurada pela reportagem, a FMV informou, por meio de nota, que "todas as ocorrências ao final da partida foram relatadas através do relatório do delegado do jogo da partida, não cabendo à Federação Mineira de Voleibol qualquer acesso ao mesmo".

"A Federação Mineira de Voleibol lamenta profundamente esse incidente extra quadra. Mesmo diante deste desagradável fato, o jogo se desenrolou de forma espetacular dentro das quatro linhas, proporcionando um espetáculo emocionante para os torcedores. A Arena Unibh estava lotada de fãs e famílias apaixonados pelo vôlei, demonstrando a força e união que o esporte é capaz de promover", conclui o texto.

Também por assessoria de imprensa, o Minas informou, em nota, que "não se envolveu no ocorrido e focou em comemorar a classificação". Ainda segundo o texto, "a segurança da Arena atuou, e os envolvidos já tomaram as devidas providencias".

Já o Osasco Voleibol Clube afirmou, em nota, que "lamenta o clima hostil enfrentado ao final da segunda semifinal e também a condução das autoridades responsáveis do jogo, que culminaram nos incidentes após a partida".

Questionado sobre as discussões, o tumulto, as imagens da briga, a confecção de um boletim de ocorrência e as futuras investigações, o clube não tinha de posicionado até a atualização mais recente deste texto. "Parabenizamos a entrega das atletas de ambas equipes que proporcionaram um espetáculo dentro quadra", conclui a nota.

Este espaço continua aberto. (Com Débora Elisa)

Última atualização às 13h38.