Há 30 anos nascia a Superliga, principal torneio de vôlei do Brasil. Nas últimas três décadas, o voleibol se tornou a modalidade mais vencedora, em nível internacional, do esporte brasileiro. Desde 1994, são nove medalhas olímpicas e 11 medalhas em mundiais, além de 12 títulos femininos no Grand Prix e oito de Ligas Mundiais, torneios extintos para a criação da atual Liga das Nações.
Um dos pontos principais para o crescimento da modalidade, ligado também ao patrocínio, é o aumento de visibilidade que a liga nacional, assim como a ampla cobertura da mídia, trouxe ao vôlei nos últimos anos.
A parceria entre a CBV e o grupo Globo, que transmite as partidas no canal fechado Sportv2, é quase da mesma idade da Superliga. Antigamente, outros canais também tinham direito de transmissão, como a Bandeirantes, a Rede TV e a TV Gazeta.
Em 2021, a Globo assinou um contrato de exclusividade na TV fechada com a CBV, e ampliou a cobertura dos jogos, incluindo também duelos da fase final da Superliga B, a divisão de acesso. Este contrato vai até o fim de 2024.
Para esta temporada, o aficionado pelo vôlei poderá assistir a todos os mais de 300 jogos ao longo dos próximos sete meses. Segundo a CBV, a Superliga Bet7k terá 201 partidas transmitidas pelo Sportv2 somente na fase classificatória, o que representa um aumento de 10% em relação ao ano passado e 24% a dois anos atrás. Nos playoffs, há a possibilidade da inclusão de mais 28 partidas, aumentando ainda mais a cobertura da tv. Já o Canal Vôlei Brasil, streaming exclusivo para assinantes, tem 160 jogos confirmados. A final, em jogo único, retorna à Globo na tv aberta.
Cobertura mais ampla da imprensa e redes sociais dão novo gás
Além das transmissões, a ampla cobertura da imprensa é outro fator que faz com que o vôlei jogado na Superliga chegue a mais pessoas. O jornalista Lélio Gustavo, comentarista da FM O TEMPO 91.7, acompanhou de perto a criação do torneio e a cobertura da mídia na época.
“Temos que voltar nos anos 80, com o surgimento da ideia. Tínhamos um Campeonato Brasileiro que era meio que ‘feito nas coxas’. Você ficava sabendo que ia ter uma decisão esporadicamente, porque nem a mídia esportiva cobria. Eram poucos repórteres especializados. Depois do vice campeonato mundial de 82, houve um crescimento muito grande em interesse, graças também à Rede Bandeirantes, que começou a transmitir os jogos”, comentou Lélio, que relembra incontáveis histórias sobre o momento inicial da competição.
“Depois da medalha olímpica de ouro 1992 o vôlei explodiu. Quando o Brasil jogava, aqui em BH, por exemplo, não iam menos de 25 mil pessoas. Era assim por onde passava. Certamente isso ajudou e muito a fortalecer e criar a Superliga, que é um sucesso até hoje”, contou o jornalista.
Atualmente, além da mídia tradicional, há também uma vastidão de portais especializados na modalidade. Um desses é o Web Vôlei, um dos mais acessados do país. Por lá, os leitores podem acompanhar resultados e novidades de torneios locais e internacionais.
Para o editor-chefe Daniel Bortoletto, a evolução da cobertura ao longo desses anos é notória, mas os veículos ainda encontram inúmeros obstáculos para entregar um trabalho de qualidade.
“Nos últimos anos, um dos grandes feitos da Superliga foi exibir todos os seus jogos para o público. Hoje, se você estiver em casa, consegue acompanhar todas as partidas via Sportv ou o streaming do canal da CBV. Isso é uma mudança de patamar e menos do que isso não dá pra aceitar. Isso tem que ser exaltado como algo bacana que aconteceu nos últimos anos”, começou Bortoletto.
“Mas, há tempos é necessário que os jogos tenham a sua súmula online exibida para quem não acompanha pela TV. Recebo muitas mensagens de jornalistas do exterior, que por acaso não têm acesso à TV brasileira e querem falar sobre os jogos, relatando que a súmula não funciona. É preciso fazer com que o campeonato tenha uma entrega melhor de informação”, analisou o jornalista.
Se comparada com campeonatos de outros países, a centralização de informação na Superliga ainda perde. No Campeonato Italiano, por exemplo, todos os dados das partidas são atualizados em tempo real, no site da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).
“Acredito que são coisas que não são tão difíceis de evoluir ano a ano. Algumas das principais batalhas já estão sendo vencidas, como a promessa de ter mais desafio eletrônico (VAR) nos jogos, que também é inadmissível não ter numa competição desse tamanho. Aos poucos a Superliga vai tendo algumas características que faltavam, mas ainda tem um caminho para percorrer para que ela seja realmente uma das maiores do mundo”, concluiu o editor do Web Vôlei.
Redes sociais cumprem papel importante
Um outro braço importante no caminho entre o esporte e o público são as redes sociais, que com os mais variados formatos, permitem uma relação bem mais dialógica entre torcedores, clubes, atletas e entidades.
O Portal Vôlei Brasil, que só no X (antigo Twitter) acumula pouco mais de 96 mil seguidores, é um dos mais acessados. Com foco no design e linguagem bem-humorada, o criador Jonathan Costa faz um trabalho de cobertura completa da competição, voltado para o público heavy-user desses canais.
“É notório que, nos últimos anos, o vôlei e a Superliga despertaram um maior interesse do público. A chegada da internet foi a ponte necessária para aproximar ainda mais o fã da competição. Percebo que o interesse no produto vem crescendo. A procura e a curiosidade em entender mais sobre a competição são grandes, e diariamente o perfil recebe perguntas relacionadas ao torneio”, comentou Jonathan.
Com a tão falada Geração Z, nativa digital, tomando frente dos assuntos que tem interesse, perfis como o Portal Vôlei Brasil surgem com frequência. Atualmente, eles possuem um papel importante em levar o esporte para mais pessoas, principalmente após as partidas.
“Muitas pessoas não têm acesso às transmissões e esses perfis têm a missão de levar a imagem do jogo, números e fatos por postagens a quem, por algum motivo, só consegue acompanhar via redes sociais. Esses perfis cumprem bem essa ponte, auxiliando na divulgação com mobilização de tags, informando a programação de jogos, coberturas em tempo real, estatísticas e criando campanhas em prol das equipes e atletas”, continuou o engenheiro, que divide a rotina pessoal e profissional com as atribuições do Portal.