A secretária de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) investiga uma denúncia contra um professor da Escola Estadual Serafim Ribeiro de Rezende, em Florestal, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Na última sexta-feira (4/7), segundo uma mãe de aluno, pelo menos dez estudantes, com idades entre 10 e 14 anos, disseram que têm sofrido assédio sexual do docente.

A situação estaria acontecendo desde o início do ano letivo. Alguns pais registraram boletim de ocorrência, e o caso também é investigado pela Polícia Civil. Uma das mães foi quem procurou a reportagem do Super Notícia pra denunciar o caso. A reportagem teve acesso a um boletim de ocorrência, em que país descrevem um cenário de medo e constrangimento.

Segundo uma das mães, que terá o nome preservado, o professor é suspeito de toques inapropriados nas estudantes. "Ele passa as mãos na cintura, seios, bunda e braços. As meninas já o repreenderam, mas não adianta", afirmou. Outro relato indica que o professor jogaria objetos no chão e pediria às alunas para se agacharem e pegá-los, enquanto as observava.

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A situação gerou um profundo abalo emocional nas estudantes. "As alunas estão com medo. Muitas não conseguem mais dormir sozinhas, algumas estão emocionalmente abaladas, e há um clima de terror psicológico dentro da escola", desabafou uma mãe, que critica o que considera uma postura omissa da direção escolar. "Apesar dos apelos, a direção da escola não está colaborando. Os pais e até mesmo as autoridades não estão tendo acesso às imagens das câmeras de segurança, que poderiam comprovar os relatos", disse.

Em um dos boletins de ocorrência, uma aluna de 12 anos detalha que, além do contato físico, o professor utilizava apelidos como "gatinha", "bonitinha" e "florzinha". Inicialmente, a menina não disse nada aos pais, pois acreditou ser algo normal. A mulher, que também não será identificada por segurança, pediu ao filho mais velho para buscar a irmã na escola. No local, outra adolescente relatou que o mesmo professor "já passou a mão no meu ombro e na minha cabeça. Ele falou pra uma menina jogar algo no lixo e enquanto isso ficou olhando ela". 

De acordo com boletim de ocorrência, a diretora da escola teria confirmado o recebimento de reclamações feita por pais de alunos, mas ponderou que o servidor "é atencioso" e que seu comportamento poderia ser apenas "uma forma carinhosa de tratar os alunos".

Procurada pela reportagem, a diretora informou estar de férias-prêmio, enquanto a vice-diretora declarou não ter autorização para comentar o caso. Ainda conforme o boletim de ocorrência, o professor nega as acusações, afirmando ser "carinhoso com todas as pessoas", sem intenção sexual. O docente não foi encontrado pela reportagem do Super Notícia.

Posicionamento oficial e medidas
Diante da repercussão, a SEE/MG informou que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Pará de Minas já acompanha o caso por meio do serviço de Inspeção Escolar, que está "ouvindo os envolvidos e coletando as informações necessárias para a elaboração do relatório de apuração". Após a conclusão, o documento será enviado à pasta para avaliação de "medidas administrativas cabíveis".

A Secretaria também destacou suas ações preventivas, como a cartilha “Enfrentamento ao Assédio Sexual nas Escolas Estaduais de Minas Gerais”, que visa orientar a comunidade escolar sobre o tema. No comunicado, a SEE/MG "repudia veementemente quaisquer desvios de conduta", mas ressalta a garantia do direito "ao contraditório e à ampla defesa". Por fim, a pasta reafirma seu compromisso em garantir que as escolas sejam "ambientes seguros, respeitosos e promotores dos direitos humanos".

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais disse que instaurou procedimento para apurar os fatos relatados em denúncia na última sexta-feira (4/7), sobre ocorrido em escola localizada no município de Florestal. A Delegacia de Polícia Civil do município está investigando o caso.