Em um mês, a operação Agosto Lilás 2025 da Policia Militar de Minas Gerais (PMMG) colocou atrás das grades 432 homens envolvidos em violência contra mulher. Deste total, 198 suspeitos tinham mandados de prisão em aberto, 234 foram detidos em flagrante, e cinco menores foram apreendidos. Entre prisões e ações preventivas, a corporação realizou 5.000 operações nas 19 regionais do estado.

A região metropolitana da capital liderou a estatística de prisões: 32. No total, ainda foram apreendidas 12 armas de fogo, geralmente utilizadas para intimidar e ameaçar as mulheres. O resultado da operação foi divulgado nesta segunda-feira (1ª/9).

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“Nosso panorama (sobre a operação) é positivo e dentro da perspectiva. Já tínhamos um planejamento de aumento do número de prisões neste mês, principalmente pelo trabalhar de banco de dados que é conjunto entre as forças de segurança. Nós tivemos muitas prisões realizadas por cada uma das forças, justamente porque tivemos esse filtro mais apurado e esse direcionamento maior desse policiamento, e o militar na ponta da linha”, avalia a major Layla Brunnela, chefe de jornalismo da PMMG.

Ainda de acordo com Layla, cerca de 3.000 suspeitos de violência doméstica foram abordados pela PM, que ainda realizou 1.400 visitas tanto a mulheres vítimas de violência quanto aos autores para evitar a repetência e o escalonamento.

Durante a operação Agosto Lilás 2025, a Polícia Militar se uniu à Polícia Federal para ter acesso aos arquivos e dados dos suspeitos de violência doméstica. “Buscamos de maneira direcionada esses indivíduos, por isso o maior número de prisões do que foi ano passado", explicou a chefe de jornalismo da PPM. Em 2024 a Operação Agosto Lilás prendeu 117 suspeitos que tinham mandado de prisão em aberto.

Denuncie

A major Layla reforçou que é  preciso que as mulheres continuem denunciando casos de ameaça e violência doméstica pelo telefone 190. "A PM é a porta de entrada desses crimes, então a mulher tem que entender que buscar apoio logo no início é primordial para prevenir o pior", enfatizou. “Quanto mais rápida a denúncia, mais rápida é a nossa ação. Trazer essa mulher com a certeza de que ela será amparada", concluiu.

Crimes em MG 

Minas Gerais foi o segundo estado com mais casos feminicídios do país em 2024. Dados do Mapa da Violência do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, apontam que 133 crimes foram registrados no estado. Na sexta-feira (29/8) a Polícia Civil de Minas Gerais também divulgou os resultados da operação.

Em 2023, o governo federal lançou o Pacto Nacional de Prevenção aos Feminicídios, mas Minas ainda não aderiu ao instrumento. De acordo com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes, o pacto possibilita o envio de recursos para ações de enfrentamento à violência de gênero, misoginia e discriminação.

“Nós temos um pacto que o governo de Minas ainda não assinou. É importante a assinatura, porque, para receber recursos, o Estado precisa ter o pacto de prevenção ao feminicídio assinado”, afirmou a ministra em entrevista coletiva realizada na quarta-feira (27/8), quando acompanhou as obras da Casa da Mulher Brasileira, que será inaugurada em 2026 no bairro União, região Nordeste de Belo Horizonte.

Em, o governo de Minas informou, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social (Sedese), que o processo relativo ao pacto está “em fase de análise”. A pasta destacou ainda que já desenvolve diversas políticas públicas de combate e prevenção à violência contra a mulher e de enfrentamento ao feminicídio em todo o estado. (Com Maria Cecília Almeida)