A mulher de 22 anos flagrada por uma câmera escondida agredindo a filha de 2 anos no bairro Lindeia, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, nesse domingo (31/8), poderá responder, além de violência doméstica, pelo crime de tortura. O delegado Rodolfo Rabelo, responsável pela investigação, explicou que o sofrimento causado à menina — que foi sufocada, chutada e jogada contra a parede pela mãe — caracteriza intenso sofrimento físico e mental, podendo configurar tortura. A agressora foi presa em flagrante e permanece em prisão preventiva.
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Um inquérito policial foi aberto na Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente em Belo Horizonte para investigar o crime. Segundo o delegado Rabelo, o caso será avaliado quanto à frequência e gravidade das agressões sofridas pela criança, que, segundo o pai, apresentava hematomas frequentes pelo corpo. Há cerca de um ano, a menina foi internada com fratura no fêmur, fato que também está sob investigação.
No vídeo do flagra, a mulher sufoca o rosto da filha no colchão, dá tapas e, com um chute, joga a cabeça da criança contra a parede. "Ela foi autuada (no momento da prisão) por crime de violência doméstica pela agressão à filha. Em relação à conduta, causou sofrimento intenso à menina. O rosto da criança foi pressionado contra o colchão, sufocando-a. É provável que o indiciamento seja por violência doméstica e tortura", adiantou o delegado.
De acordo com o Código Penal, o crime de tortura prevê pena de dois a oito anos de prisão, podendo ser aumentada em casos de lesão corporal gravíssima ou se a vítima for criança. Já a lesão corporal no contexto de violência doméstica pode resultar em pena de três meses a oito anos, dependendo da gravidade da agressão.
Relembre o caso
Uma mulher de 22 anos foi presa sob suspeita de agredir a filha de dois anos no bairro Lindeia, na região do Barreiro, em Belo Horizonte, nesse domingo (31/8). A Polícia Militar (PMMG) foi acionada pelo companheiro da suspeita, de 38 anos, que instalou uma câmera no quarto e registrou a ação.
De acordo com a PMMG, a mulher e o companheiro vivem em união estável há cerca de cinco anos e eles possuem dois filhos gêmeos — um menino e uma menina. A corporação apontou que as câmeras mostraram a suspeita sufocando o rosto da pequena no colchão, dando tapas no rosto dela e desferindo um chute que jogou a cabeça da criança contra uma parede. O homem afirmou que ao ouvir o choro, entrou no quarto, tirou a filha de lá, confrontou a companheira e acionou a PM.
Agressões anteriores
Quando a pequena tinha apenas 1 ano, o pai relatou que ela sofreu uma fratura no fêmur — sem nenhuma explicação. Na época, o homem disse aos militares que procurou o Conselho Tutelar do Barreiro. Porém, por não obter provas do que havia efetivamente ocorrido, a denúncia não teve resultado. Mesmo assim, diante das suspeitas, ele instalou uma câmera no quarto da família. As imagens do episódio ocorrido nesse domingo (31) estão gravadas no celular dele.
O que disse a mulher?
No momento da prisão, a mulher declarou aos policiais militares que estava separada do companheiro há alguns dias. Alegou que era constantemente cobrada por ele para cuidar sozinha dos filhos gêmeos, sem qualquer auxílio, e por isso teria deixado o trabalho. Ela também afirmou que o homem teria dito que "só cuidaria dos filhos caso ela mantivesse relação sexual com ele".
A suspeita acrescentou que os filhos costumam fazer birra, o que a deixa sobrecarregada. Por fim, disse que todas essas situações se acumularam, deixando-a nervosa e fazendo com que perdesse o controle, agredindo a filha. No interrogatório da Polícia Civil, no entanto, ela permaneceu em silêncio.
Sobre as denúncias da mulher contra o companheiro, a Polícia Civil informou que o caso será desmembrado e investigado pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher.