Em entrevista exclusiva à rádio Super, 91,7FM, na tarde desta terça-feira (19), o coordenador de futebol clube-empresa do América, Marcus Salum, contou como recebeu o pedido de desligamento de Vagner Mancini, na última quinta-feira. O treinador deixou o Coelho para assumir o Grêmio, em uma negociação que se desenrolou em poucas horas, e pegou a diretoria americana de surpresa.

“Não fui na viagem do Sul, tenho ido há algumas, o Euler de Araújo tem ido a mais do que eu. Na viagem, começou a conversa sobre o Mancini no Grêmio. Liguei para o Euler e pedi para conversar com o Mancini, que falou que não sabia de nada, e se tivesse algo era com o empresário”, contou o dirigente à Super.

Salum ainda explicou que, por sua experiência, não ficou convencido com a fala do treinador, e manteve ‘um pé atrás’. “Estava indo para a sede do clube, e o empresário me passou uma mensagem dizendo que queria conversar. Entrou na linha, o Fábio Mello, e falo que um novo vice-presidente havia assumido o Grêmio, e feito proposta ao Mancini”, disse.

O dirigente destacou que Vagner Mancini estava lá ligação, e já havia tomado a decisão. “Falei a gente conversa, estuda, porque não queria que ele saísse agora, não acho correto. E ele disse que não tinha conversa, já estava decidido e iria sair”, declarou. Vagner Mancini ainda tentou se justificar. “Aceitei a proposta, pensei muito”, mas Salum disse que não havia mais conversa, e que o treinador deveria procurar o departamento pessoal do clube e os advogados, para ajustar a multa a ser paga.

“Não tem o que falar, não acho correto, não acho que você deveria ter feito, mas quem sou eu para julgar as pessoas”, disse Salum. “Já estou escolado nisso. Saiu o Felipe Conceição, e agora saiu o Mancini. O América parece que tem um terra fértil porque todo técnico que vem aqui faz um trabalho diferente e quando sai não consegue repetir o que fez aqui”, explica.

Segundo o dirigente, o América é visto com bons olhos pelos treinadores devido à estrutura e organização, além do bom relacionamento e abertura que os profissionais têm com a diretoria. “Fico feliz por essa competência que o América tem, mas fiquei muito chateado pela saída, porque estamos com tudo encaixado, nosso risco (de rebaixamento) estava muito baixo”, concluiu.