Revelado nas categorias de base do Cruzeiro, o goleiro Rafael passou 17 anos na Raposa. As boas atuações e a qualidade do atleta chamaram a atenção do rival Atlético, com quem acertou em março deste ano. Após anos na reserva celeste, correspondendo sempre que acionado, Rafael vê no Galo justamente o que tentou deixar para trás.

O goleiro assumiu a titularidade do Atlético assim que chegou ao clube. A expectativa era de que ele fosse o próximo titular absoluto da meta do clube após a 'Era Victor', mas um pedido de Sampaoli acabou mudando os rumos dessa história. O argentino trabalhou com Everson no Santos em 2019 e conseguiu sua contratação neste mês.

Com a chegada de Everson, a condição de Rafael foi reavaliada pelo treinador. Everson estreou contra o Red Bull Bragantino, quando Rafael cumpriu suspensão, mas voltou a ser opção contra o Atlético-GO, mesmo com o então titular de Sampaoli de volta.

Para a sequência do Atlético, a tendência é que Everson seja mantido. O goleiro tem a característica de jogar com os pés bastante amadurecida pelo trabalho de 2019 com Sampaoli no Peixe. Por outro lado, Rafael vinha tentando amadurecer esse ponto dentro da nova filosofia com que vem trabalhando. 

Revivendo um cenário

Quando chegou ao profissional do Cruzeiro, Rafael se deparou com a titularidade absoluta de Fábio, mas sempre correspondeu quando precisou defender o gol celeste. O rendimento do goleiro quando acionado colocou sobre Rafael um status de 'reserva de luxo'. É inegável a qualidade que ele tem. 

Com passagem de 17 anos pelo Cruzeiro, considerando categorias de base e profissional, Rafael teve apenas a Raposa na carreira antes de acertar com o Atlético. A reta final de 2016 e o começo de 2017 foram os momentos em que mais jogou, em substituição ao lesionado Fábio. Fora isso, foi eventualmente acionado.

Com a queda do Cruzeiro para a Série B, o goleiro rescindiu com a Raposa e, livre no mercado, acertou com o Galo. Ao chegar no Atlético, Rafael se deparou com Victor, já com 37 anos, e alimentou a expectativa de ser esse sucessor do ídolo do clube. Em sua apresentação no Galo, em março, o goleiro foi questionado justamente sobre a busca por titularidade na carreira. 

“Vim para cá não para ser o titular ou reserva. Vim pelo projeto. Vou fazer o melhor para jogar, como Victor, Michael (emprestado ao Paços de Ferreira) e o Matheus [emprestado ao CSA). Vim para fazer parte do time. Vamos fazer o melhor para o torcedor. Ter essa competitividade de goleiros só nos faz crescer. Tenho certeza de que vamos nos dedicar. São amigos e podemos ter o convívio diário”, chegou a dizer.

A chegada de Everson, sem dúvidas, aproximou de Rafael o que ele tentou superar quando acertou com o Galo: o banco de reservas. Aos 31 anos, tem qualidade para ser titular de um time de Série A e viu o contexto no Galo ter uma reviravolta. Rafael foi o único a comçar entre os 11 em todas as partidas de Sampaoli no Atlético até o confronto com o Santos, quando foi expulso. Depois disso, voltou ao banco.