Mais um capítulo

Afastamento de Wagner e atual gestão do Cruzeiro será votado no dia 21

Diretoria do Cruzeiro não se pronunciou sobre o assunto; Hermínio Lemos, vice-presidente, rebateu acusações; Gilvan destacou que pedido de afastamento é a opção mais rápida dentro do que reza o estatuto ideal

Por Josias Pereira
Publicado em 02 de outubro de 2019 | 16:42
 
 
 
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O conselho deliberativo do Cruzeiro marcou para o próximo dia 21, no Dayrell Hotel, às 19h, uma reunião extraordinária para decidir sobre o afastamento do atual presidente Wagner Pires de Sá por 90 dias. Segundo apurou a reportagem do Super.FC, a intenção dos conselheiros que propõem o rito é pelo afastamento de todo o corpo gestor, dentre eles os vice-presidentes Hermínio Lemos e Ronaldo Granata.

O Super FC entrou em contato com o presidente Wagner Pires de Sá e também com o departamento de comunicação do Cruzeiro para saber um posicionamento oficial sobre o edital, que será publicado nesta quinta-feira, mas que já foi divulgado nas redes sociais. As partes, no entanto, não atenderam aos contatos.

Quem falou com a reportagem foi Hermínio Lemos, vice-presidente do Cruzeiro. O dirigente, que estava na sede administrativa, não quis se manifestar sobre o assunto. 

"Eu só vou comentar sobre fatos concretos. Enquanto não tiver fatos concretos, eu não vou falar. Essa é a minha postura", disse. 

Um encontro da atual gestão teria acontecido na manhã quarta-feira, na Toca da Raposa II, para definir ações sobre a proposição do dia 21, dentre elas jurídicas para invalidar a convocação do encontro. O fato que não confirmado por Hermínio. Ao Super FC, o vice-presidente comentou apenas sobre as acusações que têm sido feito à sua pessoa e também à gestão atual.

"Eu quero que alguém comprove alguma denúncia dessas contra mim. Eu já fui presidente do conselho do Cruzeiro, eu sei muito bem como são essas coisas. se alguém tiver alguma prova contra mim, nós vamos procurar os meios cabíveis", acrescentou Hermínio. 

Dentro da ala de conselheiros que pede o afastamento de Wagner Pires, há uma discussão sobre o papel de Hermínio, que poderia ser elevado à condição de gestor do Cruzeiro com um eventual afastamento do atual presidente. Outro setor, no entanto, defende o afastamento total, de toda a diretoria. Hermínio não quis comentar sobre a situação. 

O porquê do pedido de afastamento e não cassação 

Um impeachment ou cassação é possível, como reza o estatuto, mas seria necessário uma assembleia geral que envolveria cerca de 4 mil associados do clube, com cada classe de conselheiros e associados tendo um peso na votação. Para decidir pela cassação, seria necessário 2/3 dos votos. Por isso, a opção imediata é pelo pedido de afastamento, que necessitaria apenas de 50% dos votos mais um.

O Super FC tentou contato com Zezé Perrella, presidente do conselho deliberativo, para saber mais informações sobre o momento e o rito que será executado no próximo dia 21 de outubro. O dirigente não atendeu as ligações.

Em contrapartida, Gilvan de Pinho Tavares, ex-presidente do Cruzeiro e um dos membros ativos da oposição à atual gestão, conversou com o Super FC sobre a situação.

"Somos regidos pelo estatuto, mas ele não é totalmente claro em todas as situações. O instrumento que temos agora, o que seria mais rápido, é o pedido de afastamento, o que deixaria sob a responsabilidade de um conselho gestor formado por duas ou três pessoas", disse Gilvan. 

"O que eu sempre digo é que o Cruzeiro não pode passar por uma situação dessas. É aquilo. É buscar recomeçar. O que eu sinto é que realmente essa situação deixou um Cruzeiro dividido. É difícil reverter isso. Mas é hora de todos nos unirmos em prol do Cruzeiro", completou o presidente. 

Medo de hostilidade 

Gilvan também comentou sobre o motivo de realizar essa reunião fora das dependências do Cruzeiro. "Quem está lá realmente tem levado toda essa situação muito à flor da pela e, por isso, a opção de se fazer essa reunião extraordinária fora das dependências do Cruzeiro. Queremos evitar qualquer tipo de hostilidade, de represálias. Temos que assegurar a segurança desse processo. O que podemos adiantar é que não vamos permitir o voto para aqueles conselheiros que comprovadamente recebem do Cruzeiro", disse o ex-presidente do Cruzeiro. 

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