O Cruzeiro anunciou um passo importante na dívida tributária do clube nesta sexta-feira (23). Em comunicado disparado pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues, o clube informou que chegou a um acordo com a Procuradoria da Fazenda Nacional e conseguiu reduzir a dívida do clube em cerca de  45%, o que representa R$ 151.798.099, de um valor total de R$ 334.182.840,98. O saldo restante a pagar foi parcelado em 145 meses, com as parcelas 12 primeiras parcelas no valor aproximado de R$ 350 mil mensais. Depois de 12 meses, as parcelas terão valores progressivos, informou o clube.

Quem fez o acordo 

A transação tributária foi conduzida pelo presidente Sérgio Santos Rodrigues e o departamento jurídico do clube, representado pelo superintendente Flávio Boson, a advogada Danúbia Paiva e o advogado tributarista João Paulo de Almeida Melo.

Redução de passivo

De acordo com comunicado oficial, o clube conseguiu reduzir 45% de seu passivo, com os descontos do acordo estipulados individualmente para cada inscrição do clube em dívida ativa, de acordo com a natureza do débito, a data de sua constituição e a possibilidade do pagamento. 

O cálculo ainda aponta uma redução de 53,65%  no âmbito previdenciário, e 62,44% nos demais. 

O que libera

O acordo é extremamente importante para o Cruzeiro, pois soluciona de vez pendências que estavam travadas devido às execuções fiscais que estavam sendo impostas aos clube. Confira abaixo o detalhamento das vantagens:

- Suspende o curso de 33 processos e recursos judiciais. Juntos, eles somavam aproximadamente R$ 100 milhões em débitos; 

- Desbloqueia parte dos valores referentes à venda do meia uruguaio Arrascaeta ((a quantia bloqueada, segundo a União, é de R$ 6.462.995,00). 

- Soluciona o imbróglio entre clube, União e Minas Arena, liberando o acordo que o Cruzeiro celebrou com a administradora do estádio para utilização do espaço (em abril deste ano, os depósitos somados somavam R$ 9,8 milhões, referentes ao depósito em juízo de 25% da renda líquida dos jogos);

- Sobre o acordo com a Minas Arena, vale ressaltar que o débito foi equalizado em R$ 20 milhões. Com os quase R$ 10 milhões já depositados em juízo, a Raposa precisaria pagar só os 50% restantes, parcelados;  

- Soluciona o bloqueio existente no imóvel Campestre II, o que possibilitará sua imediata alienação (a Raposa estipulou um valor próximo de R$ 13,6 milhões para a venda do imóvel); 

Comparação com o Profut

De acordo com um estudo apresentado pelo Cruzeiro, o acordo firmado com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional foi mais vantajoso que o Profut. 

Transação tributária 

Valor total de débitos: R$ 327.976.841,66

Valor histórico da dívida: R$ 169.586.341,68 

Valor a pagar: R$ 178.435.212,62 (Histórico + 5,2%) 

Redução total: 45,59% (R$ 149.541.629,04) 

Profut

Valor total do débito: R$ 157.294.764,68 

Valor histórico da dívida: R$ 88.482.338,51

Valor a pagar: 122.199.374,40 (Histórico + 38,1%)

Redução total: 22,3% (R$ 35.098.389,28)

(última atualização às 15h06)